|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Gasto crescerá, dizem ministérios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Folha consultou 17 ministérios sobre a execução orçamentária. Dois argumentos se destacaram: o de que recursos de certos
programas são transferidos para
outras ações na mesma área e o de
que o gasto costuma ser maior no
segundo semestre. No caso das
obras, é comum até que boa parte
fique para o ano seguinte.
No programa Primeiro Emprego, o Ministério do Trabalho diz
que usou os últimos meses para
consolidar os seis consórcios-piloto iniciados no ano passado. Por
isso, gastou R$ 42,5 milhões do
Orçamento de 2003, mas só 0,2%
dos R$ 189 milhões deste ano.
O Brasil Alfabetizado executou
só 1,8% de seus R$ 216 milhões. O
motivo, diz o Ministério da Educação, é que as aulas deste ano começam em agosto.
A Manutenção da Malha Rodoviária Federal, com execução de
4,6%, também será intensificada a
partir de agora, segundo o Ministério dos Transportes -haverá
aporte de R$ 2,2 bilhões de um
plano emergencial, cujos convênios já estariam sendo firmados.
A assessoria do ministério afirma que problemas acarretados
por restos a pagar dificultaram a
execução, que dependeria ainda
de uma série de fatores técnicos.
O atraso nos restaurantes populares -orçamento de R$ 6,4 milhões e execução zero- ocorre,
segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, porque os municípios com mais de 100 mil habitantes só começaram a enviar
no mês passado projetos de novos
restaurantes, pedidos em abril.
Na mesma pasta, a Avaliação
das Políticas Sociais -orçamento
de R$ 12 milhões- ainda não
saiu do papel porque a secretaria
responsável foi criada em maio.
O Ministério da Saúde disse que
vários de seus programas consumiram o primeiro semestre na
elaboração dos projetos e estabelecimento dos convênios. Sobre o
gasto de 10% do programa de prevenção à dengue e à malária, a
pasta alega que se trata de projeto
de apoio e que o maior volume de
recursos para a prevenção dessas
doenças está nos repasses feitos
para os Estados e municípios.
Dos R$ 30 milhões que tem disponível para 2004, o programa
Rumo ao Pan 2007, do Ministério
do Esporte, havia gasto R$ 6.215
até o dia 7. Segundo a pasta, R$ 6
milhões estão contingenciados e
R$ 7 milhões (quase 30%) foram
gastos em convênio assinado em
9 de julho, dois dias depois do fechamento dos dados do Siafi.
No caso do Brasil Patrimônio
Cultural, o Ministério da Cultura
alega que neste ano foi feito, pela
primeira vez, um plano para executar os projetos propostos pelas
superintendências. Isso retardou
o processo e fez com que o gasto
até 7 de julho tenha sido de 3,4%.
O Ministério do Meio Ambiente
disse que "os programas, por suas
especificidades, têm ritmo de execução diferenciado, sem que isso
reflita inconsistências ou inadequações na execução". Segundo o
da Defesa, a maior parte dos recursos para reaparelhar o Exército -execução de 1,2%- virão no
segundo semestre, em ritmo considerado "normal". Já o do Desenvolvimento Agrário disse considerar que seu padrão de execução está dentro da normalidade.
A Justiça disse que a Modernização do Sistema Penitenciário
Nacional consumiu só 5% dos R$
202 milhões orçados, mas já teve
empenho de R$ 91 milhões. A execução baixa ocorre porque a elaboração dos projetos pelos Estados demora e porque Estados inadimplentes não podem receber
recursos.
(RB, JD e GB)
Colaboraram ANA FLOR e LUCIANA
CONSTANTINO, da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Lula gastou menos de 10% do previsto com prioridades Próximo Texto: Forças armadas: Reajuste de soldo pode sair neste mês Índice
|