DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reunião de uma hora e meia ontem no Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ao ministro José Viegas (Defesa) e aos comandantes das Forças Armadas que o reajuste salarial dos militares sairá até o final deste mês. O aumento seria linear, imediato e próximo aos 10%.
Se o presidente se definir realmente por esse percentual, o ministro Guido Mantega (Planejamento) perde uma disputa que vinha travando com Viegas . O primeiro, no mês passado, defendeu que um aumento de 5% já teria um impacto não previsto nas contas públicas. Já Viegas faz questão de colocar em pauta o estudo elaborado pela Defesa -reajuste linear de 33%.
O aumento de 10% a partir de agosto para os cerca de 630 mil militares traria, segundo a Folha, apurou, um impacto próximo a R$ 1 bilhão nos cofres públicos neste ano. Como os militares pedem 33% (10% imediatos, e 23% em 2005), um novo reajuste poderia ser negociado no ano que vem.
Ainda ontem, Lula pediu a Mantega que seja realizado estudo sobre a reestruturação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica -notoriamente sob estado de sucateamento e com orçamentos enxutos.
Participaram ainda da reunião o almirante Roberto Guimarães Carvalho (Marinha), o brigadeiro Luiz Carlos Bueno (Aeronáutica), o general Francisco Roberto Albuquerque (Exército), e os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci Filho (Fazenda).
A folha de pagamento da Defesa neste ano é de R$ 21,1 bilhões, divididos entre ativos (R$ 6,9 bilhões), inativos e pensionistas (R$ 12,5 bilhões) e civis (R$ 1,7 bilhão). Um recruta recebe R$ 153, contra R$ 9.500 de um oficial-general de quatro estrelas. (EDUARDO SCOLESE)


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