São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2004

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NORDESTE

Proposta é igual a de FHC

Projeto do São Francisco será menor que previsto

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O projeto de transposição das águas do rio São Francisco, considerado a principal obra de infra-estrutura a ser feita no governo atual, será bem menor que o previsto, excluindo a transposição de águas do rio Tocantins para reforçar a vazão do São Francisco.
Em seminário sobre recursos hídricos realizado ontem, na sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio, o coordenador-geral do Projeto do São Francisco do Ministério da Integração, João Urbano Cagnin, e o presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Jerson Kelman, disseram que o projeto previsto para o próximo ano inclui a transposição de água do São Francisco para a região semi-árida do Nordeste.
Pelo projeto que, segundo Kelman, já representa uma posição oficial do governo, haverá apenas duas saídas de água do São Francisco para abastecer a parcela do semi-árido que fica na margem esquerda do rio, a partir da represa de Sobradinho, na Bahia.
Nesse aspecto, o projeto do atual governo será semelhante ao que o governo Fernando Henrique Cardoso cogitou fazer.
O projeto sugerido em meados do ano passado pelo BNDES ao governo previa a transposição de águas do Tocantins para o São Francisco para permitir a perenização de vários rios nordestinos, do Piauí à Bahia. Haveria quatro saídas de águas do São Francisco para abastecer esses rios.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não chegou a se comprometer publicamente com uma versão do projeto, embora em setembro de 2003 o vice-presidente da República, José Alencar, tenha apresentado no Senado um projeto orçado em US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) no formato proposto pelo BNDES.
Cagnin disse que, possivelmente, será necessário no futuro reforçar o fluxo de água para o São Francisco. Por enquanto, ele avalia que a água do rio é suficiente para atender à demanda a ser gerada pela transposição.
Kelman, da ANA, disse que a perda de geração de energia decorrente da redução de fluxo de água do São Francisco pela transposição será compensada de forma mais barata gerando energia no Tocantins e levando essa energia para o Nordeste do que levando a própria água daquele rio para manter ou aumentar a vazão atual do São Francisco.


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