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NORDESTE
Proposta é igual a de FHC
Projeto do São Francisco será menor que previsto
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O projeto de transposição das
águas do rio São Francisco, considerado a principal obra de infra-estrutura a ser feita no governo
atual, será bem menor que o previsto, excluindo a transposição de
águas do rio Tocantins para reforçar a vazão do São Francisco.
Em seminário sobre recursos
hídricos realizado ontem, na sede
do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social), no Rio, o coordenador-geral do Projeto do São Francisco
do Ministério da Integração, João
Urbano Cagnin, e o presidente da
ANA (Agência Nacional de
Águas), Jerson Kelman, disseram
que o projeto previsto para o próximo ano inclui a transposição de
água do São Francisco para a região semi-árida do Nordeste.
Pelo projeto que, segundo Kelman, já representa uma posição
oficial do governo, haverá apenas
duas saídas de água do São Francisco para abastecer a parcela do
semi-árido que fica na margem
esquerda do rio, a partir da represa de Sobradinho, na Bahia.
Nesse aspecto, o projeto do
atual governo será semelhante ao
que o governo Fernando Henrique Cardoso cogitou fazer.
O projeto sugerido em meados
do ano passado pelo BNDES ao
governo previa a transposição de
águas do Tocantins para o São
Francisco para permitir a perenização de vários rios nordestinos,
do Piauí à Bahia. Haveria quatro
saídas de águas do São Francisco
para abastecer esses rios.
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva não chegou a se comprometer publicamente com uma
versão do projeto, embora em setembro de 2003 o vice-presidente
da República, José Alencar, tenha
apresentado no Senado um projeto orçado em US$ 6,5 bilhões
(cerca de R$ 20 bilhões) no formato proposto pelo BNDES.
Cagnin disse que, possivelmente, será necessário no futuro reforçar o fluxo de água para o São
Francisco. Por enquanto, ele avalia que a água do rio é suficiente
para atender à demanda a ser gerada pela transposição.
Kelman, da ANA, disse que a
perda de geração de energia decorrente da redução de fluxo de
água do São Francisco pela transposição será compensada de forma mais barata gerando energia
no Tocantins e levando essa energia para o Nordeste do que levando a própria água daquele rio para manter ou aumentar a vazão
atual do São Francisco.
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