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Interesse por gado é novo na biografia de peemedebista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A atividade parlamentar
do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
não reflete seu suposto interesse por gado, que veio à tona no final de maio, depois de
ele ser acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista de uma empreiteira.
Desde 1995, quando chegou ao Senado, o mais perto
que Renan chegou do assunto foi ao falar sobre a crise do
setor leiteiro -tema de cinco
discursos. Nesse período ele
não apresentou nenhum
projeto correlato.
Em sua defesa no Conselho de Ética, Renan tem se
mostrado um empresário
bem-sucedido na venda de
gado para corte. Ele apresentou documentos para comprovar que teria ganho R$ 1,9
milhão com a atividade nos
últimos quatro anos.
Assim pretende mostrar
que teria dinheiro suficiente
para pagar R$ 12 mil mensais
à jornalista Mônica Veloso,
com que tem uma filha. A
pensão alimentícia era entregue por Cláudio Gontijo,
lobista da Mendes Júnior.
Na biografia que Renan
mantém em seu site também
não há nada sobre suas atividades agropecuárias.
Em depoimento ao Conselho de Ética, Gontijo disse
que esse é o maior interesse
de Renan. "É o assunto por
que ele mais se interessa, que
ele mais gosta de tratar, que
mais tem prazer de conversar é sobre essa fazenda, a
cerca, o detalhe do boi que
não sei o quê", disse o lobista.
Até o estouro da crise, colegas de Renan no Senado
não conheciam essa sua atividade. "A minha paixão evidente é o Renda Básica de Cidadania e acho que não há dúvida disso. Eu não conhecia esse gosto de Renan por
bois e nunca o vi falando disso", disse o senador Eduardo
Suplicy (PT-SP).
Em entrevista à Folha, Veloso disse que sabia das atividades agropecuárias de Renan, mas sem detalhes. " Às vezes ele falava de gado, mas
não sei dizer se era do tamanho A, B ou C", disse ela.
(FK)
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