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Parlamentares negam que doação iniba CPI
DA REPORTAGEM LOCAL
Lembrando que foram oficiais, deputados estaduais descartaram a hipótese de as contribuições feitas por empresas contratadas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano) inibirem uma CPI para investigar
irregularidades na construção
de casas populares no Estado.
"Não vejo contradição entre
as doações e minha atuação pela transparência na CDHU",
afirmou o líder do PT na Assembléia, Simão Pedro.
Beneficiário de doações da
OAS, Rui Falcão lembra que a
construtora é uma das grandes
colaboradoras de 2006 e não
está entre as investigadas no
caso da CDHU. "Ainda que estivesse, não tenho compromisso
com doadoras. Tanto que defendo, diariamente, a CPI".
O secretário de Gestão, Sidney Beraldo, afirmou, por meio
de sua assessoria, que "todas as
doações foram declaradas conforme manda a lei, de forma
transparente, e estão no site do
TRE, que aprovou as contas".
O deputado Orlando Morando explicou ter obtido as doações graças à Associação Paulista de Supermercados, setor
em que atua. "Mostro até quem
obteve a doação. Quero saber
quem mais fez isso. Não gostaria de ser crucificado pelos erros do outros".
O líder do PMDB, Baleia Rossi, lembrou que "a contabilidade da campanha é oficial".
"Imoral e ilegal é ter caixa
dois", afirmou ele.
O líder do governo na Assembléia, Barros Munhoz (PSDB),
afirma não ter "contato com
ninguém da OAS". "Com certeza, foi a aquisição de convites
para um jantar. Os valores são
ridículos", disse.
Tucanos e petistas citaram a
legislação como origem de embaraço. "A lei não exige que se
levante a ficha das doadoras. É
a lei brasileira", disse Vicente
Cândido, pregando o financiamento público de campanha.
"O que tem que mudar é a legislação. Quem doa são as empresas. É a regra", afirmou o líder do PSDB, Mauro Bragato.
Segundo Adriano Diogo, suas
doações foram repassadas pelo
PT. Além disso, diz, "não há relação causal entre doação e
atuação parlamentar".
"Não há qualquer promessa
de favorecimento a empresas.
Portanto, estou tranqüilo", disse Bruno Covas (PSDB).
"É uma doação legal e não
inibe em nada minha atuação",
afirmou Carlos Almeida (PT).
Líder do DEM, Estevam Galvão afirma ignorar a doação, de
R$ 500. Se houver, meu entendimento é o mesmo: qualquer
ilícito tem que ser apurado".
Os deputados frisaram não
ter relação com a CDHU. "Não
tenho contato com ninguém da
CDHU. De todas as cidades investigadas, nenhuma era de minha área de atuação", disse o
hoje secretário municipal de
Trabalho, Geraldo Vinholi.
"Tenho relação direta com a
Tecnosul. Mas nunca me pediram nada e nunca tive relacionamento com a CDHU", disse
Celino Cardoso (PSDB).
Vitor Sapienza (PPS) e João
Caramez (PSDB) atribuem a
arrecadação ao trabalho de colaboradores: "Se for levar isso
em consideração, o presidente
Lula tem que deixar o cargo depois do caso da Petrobras", disse Caramez. Marco Bertaiolli
(DEM) disse, pela assessoria,
que as contas foram aprovadas.
Procurados pela Folha, outros deputados não foram encontrados.
(CATIA SEABRA)
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