São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

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Parlamentares negam que doação iniba CPI

DA REPORTAGEM LOCAL

Lembrando que foram oficiais, deputados estaduais descartaram a hipótese de as contribuições feitas por empresas contratadas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) inibirem uma CPI para investigar irregularidades na construção de casas populares no Estado.
"Não vejo contradição entre as doações e minha atuação pela transparência na CDHU", afirmou o líder do PT na Assembléia, Simão Pedro.
Beneficiário de doações da OAS, Rui Falcão lembra que a construtora é uma das grandes colaboradoras de 2006 e não está entre as investigadas no caso da CDHU. "Ainda que estivesse, não tenho compromisso com doadoras. Tanto que defendo, diariamente, a CPI".
O secretário de Gestão, Sidney Beraldo, afirmou, por meio de sua assessoria, que "todas as doações foram declaradas conforme manda a lei, de forma transparente, e estão no site do TRE, que aprovou as contas".
O deputado Orlando Morando explicou ter obtido as doações graças à Associação Paulista de Supermercados, setor em que atua. "Mostro até quem obteve a doação. Quero saber quem mais fez isso. Não gostaria de ser crucificado pelos erros do outros".
O líder do PMDB, Baleia Rossi, lembrou que "a contabilidade da campanha é oficial". "Imoral e ilegal é ter caixa dois", afirmou ele.
O líder do governo na Assembléia, Barros Munhoz (PSDB), afirma não ter "contato com ninguém da OAS". "Com certeza, foi a aquisição de convites para um jantar. Os valores são ridículos", disse.
Tucanos e petistas citaram a legislação como origem de embaraço. "A lei não exige que se levante a ficha das doadoras. É a lei brasileira", disse Vicente Cândido, pregando o financiamento público de campanha.
"O que tem que mudar é a legislação. Quem doa são as empresas. É a regra", afirmou o líder do PSDB, Mauro Bragato.
Segundo Adriano Diogo, suas doações foram repassadas pelo PT. Além disso, diz, "não há relação causal entre doação e atuação parlamentar".
"Não há qualquer promessa de favorecimento a empresas. Portanto, estou tranqüilo", disse Bruno Covas (PSDB).
"É uma doação legal e não inibe em nada minha atuação", afirmou Carlos Almeida (PT).
Líder do DEM, Estevam Galvão afirma ignorar a doação, de R$ 500. Se houver, meu entendimento é o mesmo: qualquer ilícito tem que ser apurado".
Os deputados frisaram não ter relação com a CDHU. "Não tenho contato com ninguém da CDHU. De todas as cidades investigadas, nenhuma era de minha área de atuação", disse o hoje secretário municipal de Trabalho, Geraldo Vinholi.
"Tenho relação direta com a Tecnosul. Mas nunca me pediram nada e nunca tive relacionamento com a CDHU", disse Celino Cardoso (PSDB).
Vitor Sapienza (PPS) e João Caramez (PSDB) atribuem a arrecadação ao trabalho de colaboradores: "Se for levar isso em consideração, o presidente Lula tem que deixar o cargo depois do caso da Petrobras", disse Caramez. Marco Bertaiolli (DEM) disse, pela assessoria, que as contas foram aprovadas.
Procurados pela Folha, outros deputados não foram encontrados. (CATIA SEABRA)


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