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Carvalho é cotado para pasta
da Sucursal de Brasília
Políticos do PSDB e empresários paulistas que ajudaram a fritar Celso Lafer poderão acabar se
queimando com seu virtual sucessor, Clóvis Carvalho.
Carvalho, com certeza, não estava na lista de nomes preferidos
pelos críticos de Lafer. Sua popularidade entre tucanos é péssima,
não é empresário nem especialista em comércio exterior e tem fama de ser desagregador.
Mas foi a necessidade de tirar
Carvalho do Palácio do Planalto
sem dar a aparência de que sairia
humilhado que motivou o presidente a pedir a Lafer o seu cargo.
Até a semana passada, a avaliação política de FHC era que Lafer
deveria continuar no Desenvolvimento. O presidente chegou a
afirmar, durante jantar privado,
que Lafer era como Pedro Malan,
ministro da Fazenda: sempre havia rumores sobre sua saída, mas
ele ficaria até o fim do governo.
Conversas em São Paulo na sexta e no sábado convenceram FHC
de que a permanência de Carvalho no Planalto não tinha mais a
indispensável sustentação (ou tolerância) de aliados importantes,
como o governador Mário Covas.
Carvalho era identificado como
o principal entrave ao deslanchamento do segundo mandato de
FHC. Apesar de ser muito eficiente como administrador da rotina
palaciana, ele é visto como incapaz de articulações políticas indispensáveis para o governo.
No primeiro mandato, a presença no Planalto de pessoas como Gelson Fonseca e Sérgio
Amaral dava ao governo mais
mobilidade em negociações políticas e gerenciamento de imagem.
Naquele ambiente, Carvalho
podia se dedicar prioritariamente
ao aspecto da gestão interna.
A saída de Fonseca e Amaral e a
propensão concentracionista de
Carvalho lhe deram poder, mas
ressaltaram suas fragilidades.
O escândalo das viagens para
Fernando de Noronha nas asas da
FAB piorou sua situação.
A análise que prevaleceu junto
ao presidente foi que os problemas do país neste momento são
políticos, não econômicos.
A solução para as dificuldades
do governo tinha de vir da área
política, com a nomeação de alguém para a Casa Civil que pudesse viabilizar a realização de
uma agenda de ações prioritárias.
Apesar disso, FHC resistia à
idéia de afastar Carvalho, conhecido por sua fidelidade ao presidente, que, com certeza, lhe deve
serviços prestados.
(CELS)
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