São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 2002

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GOVERNADORES

Decisão prejudica candidatura de Cabrera

Ato de prefeitos lança dobradinha de Alckmin e Ciro

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O encontro de prefeitos que apóiam a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, da coligação PSDB-PFL, serviu como palco para o lançamento informal da chapa Alckmin e Ciro Gomes, que disputa a Presidência da República pela Frente Trabalhista.
Durante um evento realizado ontem no clube Tietê, zona norte de São Paulo, prefeitos da frente, formada pelo PPS, PTB e PDT, explicitaram apoio à reeleição de Alckmin e ao nome de Ciro para a disputa pelo Planalto.
O fato de a Frente Trabalhista ter um candidato ao governo do Estado, Antônio Cabrera (PTB), não foi levado em consideração pelos prefeitos presentes, que disseram ter fechado o apoio a Alckmin antes do lançamento da candidatura do petebista.
Segundo a coordenação da campanha tucana, que registrou a entrada dos prefeitos em uma lista, 500 dos 645 prefeitos do Estado participaram do encontro. Entre eles, estariam três prefeitos do PT.
O prefeito do Guarujá, Maurici Mariano (PTB), foi um dos que aderiram à dobradinha. Ele montou na cidade um comitê suprapartidário de apoio a Alckmin e Ciro. "Lá, o eleitor pode pegar tanto o adesivo do governador quanto do Ciro", disse.
Com viagens frequentes ao interior, Alckmin costura o apoio dos prefeitos desde que assumiu o governo em 2001, com a morte de Mário Covas. Ele classificou o encontro como um "grande arco suprapartidário", que não inclui, entretanto, o nome do presidenciável tucano, José Serra.
"Os candidatos do meu partido pedem voto para a chapa completa. Mas é evidente que hoje se criou um grande arco suprapartidário", disse Alckmin.
A vice-presidente na chapa de Serra, Rita Camata (PMDB) e o vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL), fizeram discursos em que defenderam a candidatura do presidenciável.

Acordo fechado
Na realidade, o PTB e o PPS já tinham fechado um acordo com Alckmin no final do ano passado. Mas a verticalização das alianças -subordinação das coligações estaduais às nacionais -impediu o apoio oficial dos partidos.
A Frente lançou então Cabrera, para dar um palanque a Ciro no maior colégio eleitoral do país.
"Eu já tinha um compromisso com Alckmin. Mesmo que o partido não goste, eu sou Alckmin e Ciro", disse o prefeito de Jaguariúna, Tarcisio Chiavegato (PTB).
Todos os prefeitos usaram o mesmo discurso para justificar o apoio a Alckmin: dizem que o tucano faz um bom governo e que é muito atencioso com as cidades.
"Alckmin fez tanta coisa para o meu município, que eu não tenho outro caminho", disse o prefeito de Peruíbe, Gilson Bargieri, do PL, que está coligado no Estado com Paulo Maluf (PPB).
"Chegou o momento de agradecer a Geraldo, que ajudou todos nós com veículos, com remédios", disse o prefeito de Poá, Eduardo Carlos Felippe (PSD).
Para o prefeito de Barra Bonita, José Carlos Teixeira (PPS), como o seu partido já fazia parte da base de sustentação do governador na Assembléia, apoio é natural.
Até o fechamento desta edição, a organização não havia informado quantos prefeitos da Frente Trabalhista estiveram no evento.


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