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GOVERNADORES
Decisão prejudica candidatura de Cabrera
Ato de prefeitos lança dobradinha de Alckmin e Ciro
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O encontro de prefeitos que
apóiam a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, da coligação PSDB-PFL,
serviu como palco para o lançamento informal da chapa Alckmin e Ciro Gomes, que disputa a
Presidência da República pela
Frente Trabalhista.
Durante um evento realizado
ontem no clube Tietê, zona norte
de São Paulo, prefeitos da frente,
formada pelo PPS, PTB e PDT, explicitaram apoio à reeleição de
Alckmin e ao nome de Ciro para a
disputa pelo Planalto.
O fato de a Frente Trabalhista
ter um candidato ao governo do
Estado, Antônio Cabrera (PTB),
não foi levado em consideração
pelos prefeitos presentes, que disseram ter fechado o apoio a Alckmin antes do lançamento da candidatura do petebista.
Segundo a coordenação da
campanha tucana, que registrou a
entrada dos prefeitos em uma lista, 500 dos 645 prefeitos do Estado
participaram do encontro. Entre
eles, estariam três prefeitos do PT.
O prefeito do Guarujá, Maurici
Mariano (PTB), foi um dos que
aderiram à dobradinha. Ele montou na cidade um comitê suprapartidário de apoio a Alckmin e
Ciro. "Lá, o eleitor pode pegar
tanto o adesivo do governador
quanto do Ciro", disse.
Com viagens frequentes ao interior, Alckmin costura o apoio dos
prefeitos desde que assumiu o governo em 2001, com a morte de
Mário Covas. Ele classificou o encontro como um "grande arco suprapartidário", que não inclui,
entretanto, o nome do presidenciável tucano, José Serra.
"Os candidatos do meu partido
pedem voto para a chapa completa. Mas é evidente que hoje se
criou um grande arco suprapartidário", disse Alckmin.
A vice-presidente na chapa de
Serra, Rita Camata (PMDB) e o vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL), fizeram discursos em que defenderam a candidatura do presidenciável.
Acordo fechado
Na realidade, o PTB e o PPS já tinham fechado um acordo com
Alckmin no final do ano passado.
Mas a verticalização das alianças
-subordinação das coligações
estaduais às nacionais -impediu
o apoio oficial dos partidos.
A Frente lançou então Cabrera,
para dar um palanque a Ciro no
maior colégio eleitoral do país.
"Eu já tinha um compromisso
com Alckmin. Mesmo que o partido não goste, eu sou Alckmin e
Ciro", disse o prefeito de Jaguariúna, Tarcisio Chiavegato (PTB).
Todos os prefeitos usaram o
mesmo discurso para justificar o
apoio a Alckmin: dizem que o tucano faz um bom governo e que é
muito atencioso com as cidades.
"Alckmin fez tanta coisa para o
meu município, que eu não tenho
outro caminho", disse o prefeito
de Peruíbe, Gilson Bargieri, do
PL, que está coligado no Estado
com Paulo Maluf (PPB).
"Chegou o momento de agradecer a Geraldo, que ajudou todos
nós com veículos, com remédios", disse o prefeito de Poá,
Eduardo Carlos Felippe (PSD).
Para o prefeito de Barra Bonita,
José Carlos Teixeira (PPS), como
o seu partido já fazia parte da base
de sustentação do governador na
Assembléia, apoio é natural.
Até o fechamento desta edição,
a organização não havia informado quantos prefeitos da Frente
Trabalhista estiveram no evento.
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