São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2004

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PSDB reage a PT e é atacado por Maluf

DA REDAÇÃO

Os tucanos reagiram ontem à inflexão da campanha do PT no horário gratuito, que desde segunda-feira reforçou os ataques a José Serra. A estratégia foi vincular as críticas à subida do PSDB nas pesquisas eleitorais. Como Marta Suplicy (PT) na segunda, Paulo Maluf (PP) também fez discurso contra o tucano.
"Agora, é Serra." A referência ao slogan petista da 2002, quando o tucano perdeu para o presidente Lula, foi da apresentadora que abriu o programa do PSDB. A mensagem: "não era justo" que Serra, um "homem de bem", que agora melhorava desempenho na disputa, fosse atacado. "Até o marido da prefeita resolveu atacar." Os ataques de Luis Favre (ele chamou Serra de reacionário, entre outras coisas), relatados pela Folha, viraram inserção tucana.
O próprio Serra tentou capitalizar os ataque a favor. Disse que tinha compromisso em fazer uma "campanha limpa" e que só respeitava as "críticas construtivas". No discurso, porém, manteve ataques à prefeitura: mencionou os "coqueiros" e a "propaganda", dois dos motes tucanos para criticar a gestão Marta Suplicy.
Na segunda, Marta atacou diretamente Serra para falar mal da educação estadual. Ontem, após reprodução de jornal em que Serra chamava os CEUs de "caros", uma moça respondia, exaltada: "Caro porque é para pobre".
Os petistas exibiram também números da ONU, de 1998 a 2002, sobre crescimento da dengue, e até da lepra, para aplacar a reputação de "melhor ministro da Saúde", trunfo adversário. A estratégia petista é tentar, agora, dividir o ônus do desempenho da saúde com os tucanos.
No rádio, todo o programa petista foi dedicado a responder e a atacar Serra. Em rebate às versões de jingles contra "dona Marta", que agora também aparecem na TV, o PT ironizou o tempo gasto com músicas: "É campanha ou concurso para compositor?".

Maluf
Após dias de performances apagadas, Maluf apareceu para criticar o candidato tucano. Disse que Serra não tinha programa para criar empregos nem projeto de obras. Duas hipóteses podem orientá-lo: o acordo de não-agressão e apoio que teria fechado com o PT, que o ex-prefeito nega, ou a percepção de que só assim pode tentar estancar a sangria de seus votos para o PSDB.

Punições
Marta, que exerceu direito de resposta no programa de Luiza Erundina (PSB), teve recurso negado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ontem. O tribunal manteve a condenação dela ao pagamento de multa de R$ 53 mil por propaganda eleitoral antecipada. Ela foi condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo por uso do programa estadual do PT, em 14 de junho último, para promover a sua candidatura à reeleição. (FM)


Colaborou a Sucursal de Brasília

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