São Paulo, Terça-feira, 16 de Novembro de 1999
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PRIVATIZAÇÕES

Dinheiro seria arrecadado com o Banespa e mais oito bancos estaduais

BC espera arrecadar R$ 6 bilhões

VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília

O Banco Central espera arrecadar R$ 6 bilhões com a venda do Banespa e dos bancos estaduais de Maranhão, Paraná, Goiás, Amazonas, Paraíba, Piauí, Ceará e Santa Catarina. Em 2000, porém, deverão ser vendidas somente três dessas instituições.
Carlos Eduardo de Freitas, diretor do BC responsável pela reestruturação dos bancos estaduais, disse que oito bancos deverão estar em condições de ser vendidos no próximo ano, mas, ""por uma questão de mercado", apenas os bancos de São Paulo, Maranhão e Paraná serão privatizados.
Quase 50% da receita que o BC espera arrecadar vai ser obtida com a privatização do Banespa (Banco do Estado de São Paulo), cujo controle acionário foi transferido para a União quando o Estado renegociou suas dívidas com o Tesouro Nacional, em 1997.
No cargo há apenas três meses, Freitas disse que o programa criado pelo governo para reestruturar os bancos estaduais já arrecadou R$ 1,5 bilhão com a privatização de quatro instituições.
Se sua previsão se confirmar, o programa terá arrecadado R$ 7,54 bilhões ao seu final.

Emissão de títulos
Até agora, o Tesouro Nacional já emitiu R$ 52,7 bilhões em títulos públicos para arrecadar recursos para financiar o programa de privatização de bancos.
Se a arrecadação ficar em R$ 7,54 bilhões, o programa terá custado R$ 45,2 bilhões.
Freitas disse, porém, que esse valor não pode ser visto como custo da privatização.
""Esse volume de despesas já estava dado e teria de ser coberto mesmo que não houvesse o programa. Sem ele, os gastos seriam no mesmo valor, mas a arrecadação seria zero", afirmou o diretor.
No passado, os bancos estaduais foram usados para financiar gastos públicos sem nenhuma preocupação. ""Hoje não há ambiente que permita ao Estado usar um banco e obter apoio político para isso. Antes havia um ambiente político que amparava o uso dessas instituições financeiras", disse Freitas.
Segundo ele, a fiscalização atual por parte do BC e da própria sociedade é mais rigorosa que no passado.
A redução da participação do setor público no setor financeiro, segundo ele, foi e será um dos principais resultados do programa de reestruturação. Por outro lado, isso foi feito sem gerar traumas no mercado financeiro e também sem gerar perdas para os clientes e depositantes dessas instituições.


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