São Paulo, Terça-feira, 16 de Novembro de 1999
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Governo deve adotar mudanças

da Sucursal de Brasília

O governo pretende adotar a partir do próximo ano mudanças no programa de privatização para pulverizar a venda de ações das empresas estatais.
A idéia é incluir nesse mecanismo somente a parcela de ações que exceder o controle acionário das empresas, disse o ministro Martus Tavares (Planejamento, Orçamento e Gestão).
""As mudanças serão aplicadas na venda das ações que excederem o bloco de controle. Com isso, mais pessoas serão beneficiadas com participação no capital da empresa", afirmou. Segundo ele, o novo modelo ainda está sendo discutido pelo CND (Conselho Nacional Desestatização).
Se aprovadas as mudanças, elas serão implementadas nas privatizações de 2000, quando o governo estima que serão arrecadados R$ 20 bilhões com a venda de estatais da União, dos Estados e dos municípios. Em princípio, a venda pulverizada valerá somente para as estatais federais.
Deverão ser vendidas de maneira pulverizada ações da Companhia Vale do Rio Doce, já privatizada, e da Petrobras, que não está incluída no programa de desestatização. Esse mecanismo de venda também deverá ser aplicado na venda de empresas elétricas como Furnas e Eletronorte.
Tavares disse que a receita com privatização neste ano -agora estimada em R$ 11 bilhões- ficou abaixo dos R$ 13 bilhões previstos inicialmente porque houve atraso no cronograma.
A expectativa para o próximo ano é mais otimista. Segundo ele, as últimas turbulências na área de preços, que acabaram puxando para cima a inflação, não vão se repetir. Com isso, os investidores estrangeiros terão mais motivos para aplicar recursos no Brasil.
No começo de dezembro, Tavares e sua equipe vão iniciar uma série de encontros com investidores estrangeiros interessados em aplicar recursos no país. As primeiras reuniões discutirão o potencial dos setores elétrico e de transporte rodoviário.
Responsável pelo Orçamento do governo federal, o ministro disse que as pressões por liberação de recursos aumentaram nas últimas semanas, mas que elas não vieram só dos parlamentares.
Segundo ele, as restrições orçamentárias neste ano foram muito grandes devido ao ajuste nas contas do governo. ""As pressões são legítimas", disse. Para o próximo ano, quando se espera um crescimento econômico de 4%, as verbas previstas no Orçamento serão executadas plenamente, afirmou.
(VIVALDO DE SOUZA)

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