São Paulo, Terça-feira, 16 de Novembro de 1999
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OUTRO LADO

Família se diz vítima de perseguição

do enviado especial

A família Pascoal diz que está indignada e que tudo o que está acontecendo é pura perseguição política. "O que querem é acabar com a família Pascoal. E estão fazendo isso pouco a pouco", afirmou a procuradora Vanda Denir Milani Nogueira, cunhada de Hildebrando Pascoal, num "desabafo" comum aos membros da família que foram ouvidos pela Folha na última semana.
Todos são unânimes em afirmar que as investigações da polícia e da Justiça não vão provar o envolvimento de Hildebrando ou de qualquer outro membro da família com o narcotráfico. Afirmam também que ninguém da família tem bens que seriam compatíveis com quem trafica cocaína.
De acordo com Sete Pascoal, um dos oito irmãos de Hildebrando, o ex-deputado jurou inocência e disse "ainda acreditar na Justiça", embora reclame que ela só ouça marginais.
"Agora, só Deus!", disse Sete, reproduzindo palavras de Hildebrando ouvidas na semana passada, quando ficou detido em Rio Branco. O ex-deputado é ligado à Igreja Batista e, segundo a família, mantém em dia leituras da Bíblia.
Hildebrando afirma que "a desgraça da família" começou quando eles tiveram projeção política e passaram a ameaçar, politicamente, feudos antigos. O ex-deputado sonhava em ser governador do Acre e ter irmãos e primos como senadores e deputados.
O maior dos inimigos políticos da família é o governador do Acre, Jorge Viana (PT). Segundo os Pascoal, foi a partir da vitória dele que tudo começou a ser desencadeado.
Entre outros inimigos, a família aponta o ex-bispo de Rio Branco d. Moacyr Grecch, o delegado da Polícia Civil Carlos Bayma e o desembargador aposentado Gersino da Silva Filho (que desencadeou a avalanche de denúncias).
Também aparecem na lista o procurador da República Luiz Francisco Fernandes de Souza, que coordenou os primeiros trabalhos de investigação, e o delegado da PF Jones Ferreira Leite, que começou as investigações. Ambos continuam à frente do caso.


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