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Cúpula da polícia do Rio vive nova crise
RONALDO SOARES
da Sucursal do Rio
A cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Rio vive uma
nova crise interna, a segunda em
pouco mais de uma semana.
A crise foi deflagrada na última
sexta-feira, quando o secretário
de Segurança Pública, Josias
Quintal, pediu que oito de seus
auxiliares diretos (três subsecretários e cinco assessores) colocassem o cargo à disposição.
Com isso, estão demissionários
os subsecretários de Planejamento Operacional, Marcos Reimão,
de Assuntos Especiais, Carlos Alberto Nunes Pinto, e Administrativo, o coronel da PM Edmar Ferreira.
Em seu pedido, Quintal se reserva o direito de não revelar os
motivos de sua medida, mas a Folha apurou que Reimão teria sido
o pivô da crise.
Extorsões
Um dos integrantes de sua equipe, o detetive José Luís Magalhães, foi acusado de fazer parte
de um grupo de policiais que teriam praticado "mineiras" (extorsões) contra o traficante de drogas Luís Fernando da Costa, o
Fernandinho Beira-Mar.
O caso, que vem sendo apurado
pela CPI do Narcotráfico, provocou constrangimento na cúpula
da Segurança Pública, e Quintal,
para não expor demais Reimão,
teria pedido a todos os auxiliares
que entregassem o cargo.
Conforme a Folha apurou, a
tendência é que Quintal substitua
os demissionários ainda esta semana. O secretário não foi localizado ontem pela Folha para comentar o episódio. Sua assessoria
também não foi localizada até as
19h.
Quintal estará hoje em Brasília
para participar de um encontro
nacional de secretários de segurança, que será comandado pelo
ministro da Justiça, José Carlos
Dias.
Dossiê
Esta é a segunda crise ocorrida
na secretaria fluminense desde
que a CPI do Narcotráfico estendeu seus trabalhos ao Estado do
Rio de Janeiro.
A primeira foi no dia 4, quando
o governador Anthony Garotinho
entregou aos deputados da CPI
um dossiê contendo o nome de
pessoas (inclusive policiais) supostamente envolvidas com o tráfico de drogas no Rio.
Um dos nomes citados no dossiê foi o do delegado Cláudio
Góis, que segundo Garotinho teria participado de uma operação
em que agentes da polícia receberam dinheiro para não prender o
traficante de drogas Fernandinho
Beira-Mar.
Minutos depois de tornar pública a acusação contra Góis, o governador Anthony Garotinho
voltou atrás, alegando que os verdadeiros culpados eram policiais
da equipe do delegado. Mas o
afastamento de Góis da Superintendência de Polícia Especializada foi mantido.
Todos os demissionários da nova crise na secretaria haviam tido
participação na cúpula da Segurança Pública durante o governo
Marcello Alencar.
O delegado Carlos Eduardo Nunes Pinto era um dos assessores
do então chefe de Polícia Civil,
Hélio Luz. Marcos Reimão foi diretor da DAS (Divisão Anti-Sequestro). E o coronel reformado
da PM Edmar Ferreira era um dos
assessores do ex-secretário de Segurança Pública Nilton Cerqueira.
Colaborou Chico Santos,
da Sucursal do Rio
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