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MST diz protestar contra avanço da cana em SP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O MST alega que o aumento
do número de invasões de terra
em São Paulo é uma forma de
chamar a atenção do governo
federal e da sociedade para o
avanço da monocultura da cana-de-açúcar no Estado.
O movimento avalia que o incentivo à produção dos biocombustíveis tende a aumentar
a concentração de terras e ampliar o lucro das empresas
transnacionais, além de degradar o ambiente e piorar as condições de trabalho no campo.
"O avanço do latifúndio aliado ao agronegócio coloca uma
contradição muito acirrada no
campo. Terras que deveriam
ser destinadas à reforma agrária atualmente são colocadas ao
agronegócio", afirma José Batista, da direção nacional do
MST em São Paulo.
"O investimento do agronegócio no Brasil, como no caso
da cana, está concentrado em
São Paulo. Não há geração de
emprego, apenas condições
precárias no corte da cana",
completa o líder do MST.
Para o presidente nacional da
UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan
Garcia, o objetivo do MST é outro. "Esse pessoal do MST é
muito esperto, porque terra em
São Paulo tem mais liquidez. É
mais fácil para eles venderam
depois. É claro que vai bater recordes. Quem não quer ter terra em São Paulo?"
O líder da entidade dos fazendeiros, com sede em Presidente Prudente (Pontal do Paranapanema), sugere que governo e Ministério Público investiguem o número de lotes de
reforma agrária vendidos ilegalmente no Estado.
Antes concentradas na região do Pontal, as ações do MST
agora estão espalhadas por todo o Estado, como nas regiões
de Campinas, Andradina e Ribeirão Preto.
A promessa do MST é ampliar o número de ações no Estado. "Temos 4.000 famílias
acampadas e vamos ter muita
ocupação de terra por São Paulo", afirma Batista.
Sobre Pernambuco, o MST
diz enxergar uma mudança na
estratégia local. As invasões por
lá estariam mais concentradas
-ou seja, em vez de invadir dez
áreas com cem famílias em cada uma, opta-se por uma única
ação com mil famílias.
(ES)
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