São Paulo, terça-feira, 17 de janeiro de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Intenção é fazer campanha em fevereiro para atrair votos de peemedebistas nas prévias

Garotinho deixará governo Rosinha no fim deste mês

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador do Rio Anthony Garotinho vai deixar a secretaria de Governo da mulher, Rosinha Matheus, no dia 31 para se dedicar exclusivamente à campanha para as prévias do PMDB, marcadas para 5 de março. A idéia é passar fevereiro percorrendo os Estados na tentativa de obter o apoio da maior parte dos 20 mil delegados com direito a voto para a sua pré-candidatura à Presidência da República.
Ele já vinha fazendo isso, porém de modo limitado, principalmente nos fins de semana. O início da campanha efetiva junto à população ocorreria em abril, em caso de vitória. Um dos enfoques principais de Garotinho mês que vem vai ser São Paulo, onde avalia que precisa melhorar o desempenho.
"Queria sair do governo desde dezembro. Preciso ter contato com lideranças do PMDB para desfazer a onda de boatos criados contra mim por um pequeno grupo que quer empurrar o partido para os braços do PT. Vou procurar senadores, governadores e candidatos, e isso vai exigir tempo", explicou.
Garotinho vai deixar a posição de supersecretário que ocupa desde dezembro de 2004, após sair da delicada pasta da Segurança Pública, em setembro. A mudança ocorre em um momento de reforma do secretariado do Rio, provocada por candidaturas de integrantes do primeiro escalão.
Além de Garotinho, ao menos dez outros secretários devem deixar o cargo, o que pode fragilizar o fim do mandato da governadora Rosinha Matheus. A reforma parcial do governo estava prevista para 31 de dezembro, mas foi adiada em um mês por causa do fim do ano. "Nem todos sairão agora", ressalva. Para ele, as mudanças não vão desestabilizar a gestão de Rosinha.
Garotinho esteve ontem em São Paulo, iniciando contatos com membros do PMDB. Uma reunião do partido dia 24, em Brasília, define a data das prévias, onde deve enfrentar Germano Rigotto, governador do Rio Grande do Sul. O ex-governador defende o adiamento do embate, porque 5 de março é o primeiro domingo após o Carnaval. Ele acredita que a data mude para 19 de março.
"Os governistas querem a disputa em maio, o que inviabilizaria o candidato do PMDB, uma vez que PT e PSDB vão iniciar campanha em março. Mas creio que o espírito de unidade que tem tomado o partido nas últimas horas mude isso. Estão sentindo que o governo Lula é um barco à deriva e ninguém quer embarcar: está derretendo a uma velocidade impressionante", afirmou. Ele contou que "ilustres componentes governistas" lhe telefonaram no fim de semana dizendo estar repensando a questão.
Garotinho considera Rigotto seu rival mais forte e diz não acreditar que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, dispute as prévias. Ele lembrou a possibilidade de os governadores Roberto Requião (PR), Jarbas Vasconcellos (PE) e Joaquim Roriz (DF) participarem.
Segundo o ex-governador do Rio, pesquisas o apontam como favorito. "Sou o melhor candidato para o partido em São Paulo porque serei quem vai trazer votos para o Quércia. Se em 2002 tive 3 milhões de votos, imagina agora com o Quércia", afirmou.


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