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SOMBRA NO PLANALTO
Busca ocorreu no apartamento do ex-assessor, em Brasília; polícia pediu quebra de sigilo bancário
PF apreende documentos e disquetes de Waldomiro
IURI DANTAS
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal apreendeu ontem computadores, disquetes, extratos bancários, contas de telefone e arquivos com documentos
relativos ao governo federal na residência do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz, em Brasília.
Também houve buscas e apreensões em Goiânia, Anápolis (GO),
Rio de Janeiro e São Paulo.
A Justiça Federal do Rio recebeu
ontem o pedido de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de
Waldomiro, feito pelo delegado
Antonio Augusto Cesar Nunes. O
ex-subchefe foi demitido depois
da divulgação de vídeo em que
negocia com o empresário do setor de bingos Carlos Augusto Ramos comissão e contribuição para campanhas eleitorais em 2002.
As buscas foram pedidas pelo
Ministério Público Federal do Rio
à 16ª Vara Federal do Estado no
sábado. Também foram alvos da
ação dos policiais a residência de
Messias Antonio Ribeiro Neto e o
escritório de Alejandro Ortiz.
Messias Neto contou ao Ministério Público Federal na semana
passada que atuava como sócio de
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ortiz comercializaria máquinas de jogo, conforme
investigações da Polícia Federal.
Segundo os depoimentos colhidos pelo Ministério Público, Cachoeira queria parte do mercado
de fornecimento de máquinas de
jogo controlado por Ortiz. Os envolvidos negam as acusações.
Ministério da Justiça e a cúpula
da PF não descartam o envolvimento de membros do Ministério
Público Federal e da própria PF
na divulgação da fita, gravada em
2002 no escritório de Cachoeira.
Investigação
O material apreendido ontem
ficará sob custódia de Nunes no
Rio. Nessa primeira etapa da investigação, o delegado vai ouvir
Waldomiro e Cachoeira. Outro
foco da apuração é rastrear o caminho de um vídeo gravado no
aeroporto de Brasília em 2002.
Nas imagens, Cachoeira e Waldomiro se encontram no aeroporto e têm uma conversa. As câmeras mostram Waldomiro recebendo uma maleta antes de entrar
na sala de embarque. Segundo a
Folha apurou, é praxe que uma
equipe da PF acompanhe o monitoramento feito pela Infraero
(Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária). Caso seja
flagrado algum suspeito, a PF requisita as imagens por ofício.
A Infraero não se pronuncia oficialmente sobre o episódio, deixando uma dúvida sobre as fitas:
por quanto tempo elas são guardadas. A PF julga primordial responder a essa pergunta, porque
definirá se o eventual ofício foi escrito já no governo Lula.
Ontem, Waldomiro Diniz continuou evitando contatos com a
imprensa. Ele não foi mais visto
pelos funcionários do prédio onde mora, em Brasília, desde a manhã de quinta-feira.
A reportagem tentou falar com
Waldomiro pelo telefone celular,
mas a ligação foi direcionada para
a caixa postal, que estava lotada.
Colaborou LUIS RENATO STRAUSS, da
Sucursal de Brasília
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