|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PT ameaça investigar gestão FHC
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PT mandou um recado em tom de declaração de
guerra ao ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso no último fim
de semana: "Acabou a transição".
Mas membros de peso do próprio governo acham arriscada essa estratégia porque ela tende a
unir o PSDB, dificultando o trabalho do Planalto para angariar
apoios tucanos contra uma CPI
do caso Waldomiro Diniz.
Petistas identificam o governo
de FHC como autor de uma das
gravações que comprometem
Waldomiro, que era um dos principais assessores de José Dirceu. E
o recado a FHC significa que vai
ter troco, ou troca de acusações.
O recado teria sido passado ao
presidente do PSDB, José Serra,
por meio de parlamentares governistas. O jogo duro do PT dificultou, por exemplo, a atuação do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)
contra a CPI. A bancada do PSDB
no Senado recomendou a assinatura da CPI contra a opinião de
Tasso e de Siqueira Campos (TO).
Tasso se manifestou contra a CPI.
"É só uma primeira faísca, não dá
para atiçar fogo", declarou: "É cedo para se falar de CPI".
Mas os ataques de dirigentes petistas ao PSDB, entre eles o presidente do partido, José Genoino,
levaram os tucanos do Senado a
tomar posição pró-CPI. Outros
dois caciques tucanos, os governadores Geraldo Alckmin (SP) e
Aécio Neves (MG), receberam
pressão para mudar a opinião
contra a CPI. O argumento é que,
se o PT revidar, todo o partido sofrerá e não apenas os tucanos acusados diretamente pelos petistas.
FHC, que acaba de voltar de viagem aos EUA, almoçou com Serra
anteontem. Acusado publicamente por Genoino de estar por
trás tanto da produção quanto da
divulgação das fitas contra Diniz,
Serra já negou veementemente.
A interlocutores, tanto ele
quanto FHC têm dito que não sabiam da história e não tinham conhecimento das fitas. Eles acusam
o governo e o PT de armar uma
"manobra diversionista" -de estarem buscando "bodes expiatórios" para desviar a mídia da
questão principal: a existência de
um assessor corrupto no Planalto.
O recado petista para FHC dizia
explicitamente que o governo Lula tem apenas um ano e um mês,
mas que o de FHC teve oito anos.
Ou seja: se é para descobrir "podres", é muito mais fácil descobrir
no governo passado do que neste.
Em jantar com jornalistas, na
quarta-feira passada, Lula já tinha
deixado claro que munição petista contra os tucanos não falta, mas
ressalvou que uma guerra desse
tipo não seria boa "para o país":
"Ele [FHC] tem de ser grato por
eu não falar mal dele. E ele não deve falar mal de mim, porque é melhor para o Brasil", disse Lula.
Texto Anterior: PSDB calcula que até 34 nomes apóiem pedido Próximo Texto: Cachoeira assumiu contrato do irmão no RS Índice
|