São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

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Loterj assinou um acordo com irmão de acusado

TALITA FIGUEIREDO
PEDRO SOARES

DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de a Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) ter negado na sexta-feira que o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, operasse loterias no Estado, uma das empresas integrantes do consórcio Combralog tem como sócio o irmão de Cachoeira, Sebastião de Almeida Ramos Júnior.
A Combralog é a operadora da loteria on-line no Rio e assinou contrato com a Loterj em 22 de fevereiro de 2002, no governo de Anthony Garotinho. Na época, o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares Waldomiro Diniz era o presidente da autarquia. Ele foi exonerado a pedido pelo governo federal após a divulgação de vídeo no qual aparece negociando propina e pedindo a Cachoeira verbas para as campanhas da ex-governadora Benedita da Silva (PT) e da governadora Rosinha Matheus (PMDB).
A empresa é constituída pela Pico do Brasil Informática (subsidiária da coreana Picosoft, responsável pelo sistema) e pela Capital Construtora e Limpeza Ltda. -empresa com sede em Anápolis (GO), da qual Ramos Júnior tem 50% das cotas, segundo registro do consórcio na Junta Comercial do Rio. Lenine Araújo de Souza, executivo que faz o contato da empresa com a Loterj, é sócio de Ramos Júnior na Capital.
Parte do contrato foi publicado no "Diário Oficial" do Rio de 23 de fevereiro de 2002. Pela publicação, o objeto do contrato é a "prestação de serviços para implantação, gerenciamento e operação da Loteria de Prognósticos no Rio de Janeiro [loteria on-line], com exclusividade, baseada em técnicas e recursos de informática on-line e em tempo real". O prazo do contrato é de cinco anos.
Mesmo tendo prometido na sexta apresentar o contrato à imprensa, a Loterj divulgou ontem apenas uma nota -a única informação disponível, segundo a assessoria da Loterj.
Na nota, a Loterj informou que a governadora Rosinha Matheus determinou a criação de comissão para auditar "todos os atos" de Waldomiro Diniz no período que presidiu a entidade (7 de fevereiro de 2001 a 31 de dezembro de 2002). Terá 30 dias para concluir a investigação. A comissão será formada por três membros: Francesco Conte, procurador-geral do Estado, Franco Albano, titular da Delegacia Fazendária da Polícia Civil do Rio, e Marta Monteiro, assessora jurídica da Loterj. Também irá acompanhar os trabalhos o procurador Vinícius Leal Cavaleiro.


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