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Loterj assinou um acordo com irmão de acusado
TALITA FIGUEIREDO
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de a Loterj (Loteria do
Estado do Rio de Janeiro) ter
negado na sexta-feira que o
empresário Carlos Augusto de
Almeida Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, operasse loterias no
Estado, uma das empresas integrantes do consórcio Combralog tem como sócio o irmão
de Cachoeira, Sebastião de Almeida Ramos Júnior.
A Combralog é a operadora
da loteria on-line no Rio e assinou contrato com a Loterj em
22 de fevereiro de 2002, no governo de Anthony Garotinho.
Na época, o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares Waldomiro Diniz era o presidente da
autarquia. Ele foi exonerado a
pedido pelo governo federal
após a divulgação de vídeo no
qual aparece negociando propina e pedindo a Cachoeira
verbas para as campanhas da
ex-governadora Benedita da
Silva (PT) e da governadora
Rosinha Matheus (PMDB).
A empresa é constituída pela
Pico do Brasil Informática
(subsidiária da coreana Picosoft, responsável pelo sistema)
e pela Capital Construtora e
Limpeza Ltda. -empresa com
sede em Anápolis (GO), da
qual Ramos Júnior tem 50%
das cotas, segundo registro do
consórcio na Junta Comercial
do Rio. Lenine Araújo de Souza, executivo que faz o contato
da empresa com a Loterj, é sócio de Ramos Júnior na Capital.
Parte do contrato foi publicado no "Diário Oficial" do Rio
de 23 de fevereiro de 2002. Pela
publicação, o objeto do contrato é a "prestação de serviços para implantação, gerenciamento
e operação da Loteria de Prognósticos no Rio de Janeiro [loteria on-line], com exclusividade, baseada em técnicas e recursos de informática on-line e
em tempo real". O prazo do
contrato é de cinco anos.
Mesmo tendo prometido na
sexta apresentar o contrato à
imprensa, a Loterj divulgou
ontem apenas uma nota -a
única informação disponível,
segundo a assessoria da Loterj.
Na nota, a Loterj informou
que a governadora Rosinha
Matheus determinou a criação
de comissão para auditar "todos os atos" de Waldomiro Diniz no período que presidiu a
entidade (7 de fevereiro de 2001
a 31 de dezembro de 2002). Terá 30 dias para concluir a investigação. A comissão será formada por três membros: Francesco Conte, procurador-geral
do Estado, Franco Albano, titular da Delegacia Fazendária da
Polícia Civil do Rio, e Marta
Monteiro, assessora jurídica da
Loterj. Também irá acompanhar os trabalhos o procurador
Vinícius Leal Cavaleiro.
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