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Criar emprego é prioridade, diz Lula
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Três dias depois do anúncio de
um corte de R$ 6 bilhões nas despesas do governo, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
na mensagem enviada ontem ao
Congresso que "a geração de emprego e os investimentos na área
social e de infra-estrutura" serão a
prioridade de sua gestão em 2004.
No texto de uma página e meia,
para o início do ano legislativo em
Brasília, o presidente diz que o governo vai "investir o necessário
para que o país volte a crescer
com estabilidade". Lula se compromete a enviar até 2006 ao Congresso as reformas do Judiciário,
política, sindical e trabalhista.
"Hoje, vivemos um período em
que, recuperadas a estabilidade
econômica e a credibilidade interna e externa, o nosso país está preparado para retomar um ciclo
histórico de crescimento sustentado", diz o texto, entregue aos
presidentes da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), pelo ministro José Dirceu (Casa Civil).
Segundo Lula, o "desafio" do
Brasil e de outros países em desenvolvimento é "fazer da inclusão social um fator determinante
do desenvolvimento, mantendo,
ao mesmo tempo, a estabilidade".
No texto, o presidente elogia os
congressistas e cita como conquista legislativa do seu primeiro
ano de gestão a aprovação das reformas previdenciária e tributária: "Exemplo marcante de processo que, além dos méritos próprios do conteúdo das propostas,
revelou profundo respeito à democracia, à independência dos
poderes e ao pacto federativo".
A mensagem não menciona o
fato de que há uma reforma paralela da Previdência em tramitação
na Câmara e que boa parte das
propostas originais da reforma
tributária ainda não foi aprovada.
Lula voltou a justificar o aperto
fiscal adotado desde o início do
governo: "O ano passado foi de
sacrifício e reconstrução. Agimos
com urgência e firmeza, desde o
primeiro dia de governo, para enfrentar e vencer a grave crise que
desestabilizara nossa economia".
"Apesar disso", continua o texto, "demos início a vários programas sociais de grande relevância,
com destaque para o Fome Zero,
que contaram de imediato com
intensa e solidária mobilização".
O Fome Zero, a principal marca
social da gestão Lula, passou por
vários problemas de implantação
no início de 2003, mas chegou ao
final do ano superando as metas
definidas. O futuro do programa,
que repassa R$ 50 por família a 1,9
milhão de beneficiados, está indefinido, porém, devido às alterações na área social feitas na reforma ministerial do mês passado.
O texto diz ainda que o país se
tornou "interlocutor muito mais
respeitado na diplomacia e no comércio internacional" em 2003.
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