São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

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Criar emprego é prioridade, diz Lula

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Três dias depois do anúncio de um corte de R$ 6 bilhões nas despesas do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na mensagem enviada ontem ao Congresso que "a geração de emprego e os investimentos na área social e de infra-estrutura" serão a prioridade de sua gestão em 2004.
No texto de uma página e meia, para o início do ano legislativo em Brasília, o presidente diz que o governo vai "investir o necessário para que o país volte a crescer com estabilidade". Lula se compromete a enviar até 2006 ao Congresso as reformas do Judiciário, política, sindical e trabalhista.
"Hoje, vivemos um período em que, recuperadas a estabilidade econômica e a credibilidade interna e externa, o nosso país está preparado para retomar um ciclo histórico de crescimento sustentado", diz o texto, entregue aos presidentes da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pelo ministro José Dirceu (Casa Civil).
Segundo Lula, o "desafio" do Brasil e de outros países em desenvolvimento é "fazer da inclusão social um fator determinante do desenvolvimento, mantendo, ao mesmo tempo, a estabilidade".
No texto, o presidente elogia os congressistas e cita como conquista legislativa do seu primeiro ano de gestão a aprovação das reformas previdenciária e tributária: "Exemplo marcante de processo que, além dos méritos próprios do conteúdo das propostas, revelou profundo respeito à democracia, à independência dos poderes e ao pacto federativo".
A mensagem não menciona o fato de que há uma reforma paralela da Previdência em tramitação na Câmara e que boa parte das propostas originais da reforma tributária ainda não foi aprovada.
Lula voltou a justificar o aperto fiscal adotado desde o início do governo: "O ano passado foi de sacrifício e reconstrução. Agimos com urgência e firmeza, desde o primeiro dia de governo, para enfrentar e vencer a grave crise que desestabilizara nossa economia".
"Apesar disso", continua o texto, "demos início a vários programas sociais de grande relevância, com destaque para o Fome Zero, que contaram de imediato com intensa e solidária mobilização".
O Fome Zero, a principal marca social da gestão Lula, passou por vários problemas de implantação no início de 2003, mas chegou ao final do ano superando as metas definidas. O futuro do programa, que repassa R$ 50 por família a 1,9 milhão de beneficiados, está indefinido, porém, devido às alterações na área social feitas na reforma ministerial do mês passado.
O texto diz ainda que o país se tornou "interlocutor muito mais respeitado na diplomacia e no comércio internacional" em 2003.


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