São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2008

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Reprovação a Kassab diminui 8 pontos

Taxa dos que avaliam a administração paulistana como ruim ou péssima caiu de 31% em novembro para 23% neste mês

Desde novembro, Kassab abriu mais de dez unidades de saúde, mais de 20 escolas e obras habitacionais nas zonas sul e leste da cidade

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A desaprovação do paulistano à administração do prefeito Gilberto Kassab (DEM) caiu oito pontos percentuais em menos de três meses, aponta pesquisa do instituto Datafolha.
No levantamento realizado entre 26 e 29 de novembro, 31% avaliavam seu governo como ruim ou péssimo. Já na pesquisa feita na última quinta-feira, esse percentual caiu para 23%.
A queda na reprovação, no entanto, não representou uma melhora na taxa de aprovação à sua gestão: a maior parte dos que desaprovavam o governo agora consideram a gestão regular -esse índice passou de 33% para 38%. O percentual dos que consideram a administração do DEM ótima ou boa variou de 33% para 35%. Outros 3% não souberam avaliar, mesmo índice de novembro.
O Datafolha entrevistou 1.092 pessoas maiores de 16 anos na cidade de São Paulo. A margem de erro do levantamento é três pontos percentuais para mais ou para menos. A soma dos índices chega a 99% devido aos arredondamentos.

Fenômeno recorrente
O mesmo fenômeno de agora aconteceu entre as pesquisas de 20 de julho e 9 de agosto do ano passado, quando a reprovação ao governo Kassab caiu 12 pontos, mas a aprovação variou apenas um ponto para cima.
Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, disse que em avaliações de governos municipais é comum acontecer esse movimento, que depende dos acontecimentos do período.
Desde o final do ano passado, o prefeito Kassab faz uma maratona digna de candidato. Difícil é o dia em que ele não inaugura pelo menos uma obra.
Nos quase três meses desde a última pesquisa, abriu mais de uma dezena de unidades de saúde -área de pior desempenho da gestão, segundo a pesquisa-, mais de 20 escolas (só nesta semana inaugurou cinco) e entregou obras habitacionais e de infra-estrutura urbana em bairros das zonas sul e leste da cidade e na favela de Heliópolis.
Por outro lado, Kassab passou pelo desgaste de duas manifestações de motoboys que levaram transtornos ao trânsito na cidade, e ainda testou, sem sucesso, a implantação de uma faixa de motos na avenida 23 de Maio, que ampliou os congestionamentos na região central. O próprio prefeito admitiu, após dois dias de experiência, que os resultados da faixa não eram favoráveis.
Kassab deve a queda na reprovação ao seu governo principalmente à melhora da avaliação dos mais jovens. O índice de ruim e péssimo entre os entrevistados com 16 a 24 anos caiu 17 pontos percentuais -de 39% para 22%. A aprovação nessa faixa etária passou de 24% para 32% -oito pontos percentuais a mais.
Apesar disso, o prefeito segue obtendo suas taxas de aprovação mais elevadas entre os eleitores de 45 a 59 anos (40%) e 60 anos ou mais (41%).
A aprovação a Kassab cresce à medida que aumenta o grau de escolaridade: o prefeito obtém 33% de ótimo/bom entre os que têm o ensino fundamental, mas chega a 40% entre aqueles com nível superior.
Uma evolução similar ocorre quando se considera a renda: Kassab tem 30% de aprovação entre os eleitores com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, porém alcança 46% entre os que vivem com mais de 10 salários mínimos.
Além da queda na taxa de desaprovação, Kassab também teve uma pequena melhora em sua nota média: passou de 5,1 para 5,5, a melhor desde o início de sua gestão, em abril de 2006. Sua nota, no entanto, ainda é baixa. "Ele passaria raspando", disse Paulino.
Em novembro, o Datafolha pesquisou a avaliação das gestões em nove capitais. Kassab ficou apenas em sétimo lugar, com nota 5,1. Se tivesse obtido, naquela ocasião, os 5,5 de agora, apareceria em quarto lugar, atrás do tucano Beto Richa (Curitiba), que chegou a 7,4, e dos petistas Fernando Pimentel (Belo Horizonte), com 6,9, e João Paulo (Recife), com 6,6.


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