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Reprovação a Kassab diminui 8 pontos
Taxa dos que avaliam a administração paulistana como ruim ou péssima caiu de 31% em novembro para 23% neste mês
Desde novembro, Kassab abriu mais de dez unidades de saúde, mais de 20 escolas e obras habitacionais nas zonas sul e leste da cidade
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A desaprovação do paulistano à administração do prefeito
Gilberto Kassab (DEM) caiu oito pontos percentuais em menos de três meses, aponta pesquisa do instituto Datafolha.
No levantamento realizado
entre 26 e 29 de novembro, 31%
avaliavam seu governo como
ruim ou péssimo. Já na pesquisa feita na última quinta-feira,
esse percentual caiu para 23%.
A queda na reprovação, no
entanto, não representou uma
melhora na taxa de aprovação à
sua gestão: a maior parte dos
que desaprovavam o governo
agora consideram a gestão regular -esse índice passou de
33% para 38%. O percentual
dos que consideram a administração do DEM ótima ou boa
variou de 33% para 35%. Outros 3% não souberam avaliar,
mesmo índice de novembro.
O Datafolha entrevistou
1.092 pessoas maiores de 16
anos na cidade de São Paulo. A
margem de erro do levantamento é três pontos percentuais para mais ou para menos.
A soma dos índices chega a 99%
devido aos arredondamentos.
Fenômeno recorrente
O mesmo fenômeno de agora
aconteceu entre as pesquisas
de 20 de julho e 9 de agosto do
ano passado, quando a reprovação ao governo Kassab caiu 12
pontos, mas a aprovação variou
apenas um ponto para cima.
Mauro Paulino, diretor-geral
do Datafolha, disse que em avaliações de governos municipais
é comum acontecer esse movimento, que depende dos acontecimentos do período.
Desde o final do ano passado,
o prefeito Kassab faz uma maratona digna de candidato. Difícil é o dia em que ele não inaugura pelo menos uma obra.
Nos quase três meses desde a
última pesquisa, abriu mais de
uma dezena de unidades de
saúde -área de pior desempenho da gestão, segundo a pesquisa-, mais de 20 escolas (só
nesta semana inaugurou cinco)
e entregou obras habitacionais
e de infra-estrutura urbana em
bairros das zonas sul e leste da
cidade e na favela de Heliópolis.
Por outro lado, Kassab passou pelo desgaste de duas manifestações de motoboys que
levaram transtornos ao trânsito na cidade, e ainda testou,
sem sucesso, a implantação de
uma faixa de motos na avenida
23 de Maio, que ampliou os
congestionamentos na região
central. O próprio prefeito admitiu, após dois dias de experiência, que os resultados da
faixa não eram favoráveis.
Kassab deve a queda na reprovação ao seu governo principalmente à melhora da avaliação dos mais jovens. O índice
de ruim e péssimo entre os entrevistados com 16 a 24 anos
caiu 17 pontos percentuais -de
39% para 22%. A aprovação
nessa faixa etária passou de
24% para 32% -oito pontos
percentuais a mais.
Apesar disso, o prefeito segue
obtendo suas taxas de aprovação mais elevadas entre os eleitores de 45 a 59 anos (40%) e 60
anos ou mais (41%).
A aprovação a Kassab cresce
à medida que aumenta o grau
de escolaridade: o prefeito obtém 33% de ótimo/bom entre
os que têm o ensino fundamental, mas chega a 40% entre
aqueles com nível superior.
Uma evolução similar ocorre
quando se considera a renda:
Kassab tem 30% de aprovação
entre os eleitores com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, porém alcança
46% entre os que vivem com
mais de 10 salários mínimos.
Além da queda na taxa de desaprovação, Kassab também
teve uma pequena melhora em
sua nota média: passou de 5,1
para 5,5, a melhor desde o início de sua gestão, em abril de
2006. Sua nota, no entanto,
ainda é baixa. "Ele passaria raspando", disse Paulino.
Em novembro, o Datafolha
pesquisou a avaliação das gestões em nove capitais. Kassab
ficou apenas em sétimo lugar,
com nota 5,1. Se tivesse obtido,
naquela ocasião, os 5,5 de agora, apareceria em quarto lugar,
atrás do tucano Beto Richa
(Curitiba), que chegou a 7,4, e
dos petistas Fernando Pimentel (Belo Horizonte), com 6,9, e
João Paulo (Recife), com 6,6.
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