São Paulo, domingo, 17 de março de 2002

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REVIRAVOLTA NA SUCESSÃO

Em São Luís, governadora hesita ao ser questionada por jornalistas se vai concorrer ao Planalto

Roseana afirma que candidatura está nas mãos do partido

Sergio Lima - 8.mar.2002/Folha Imagem
A governadora do Maranhão e presidenciável do PFL, Roseana Sarney, no Dia Internacional da Mulher


RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Quinze dias depois da ação da Polícia Federal na empresa Lunus, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), saiu ontem do Palácio dos Leões, residência oficial do governo, e fez uma caminhada de cerca de uma hora pelas ruas do centro histórico de São Luís.
Questionada por repórteres que a acompanharam, ela não quis confirmar sua candidatura à Presidência da República, contrastando com declarações oficiais da cúpula pefelista, que vem reafirmando apoio à postulação presidencial da governadora.
"Só posso dizer a vocês que sairei dia 5 [do governo do Maranhão]", disse. Questionada se era para concorrer à Presidência, Roseana disse apenas que "era para concorrer" (ela tem a opção de tentar uma vaga ao Senado). Diante da insistência dos jornalistas, respondeu: "Se o meu partido quiser a Presidência, isso é uma discussão do partido", afirmou.
Usando tênis, calça jeans e uma camiseta laranja, a governadora evitou durante a caminhada falar sobre o R$ 1,34 milhão apreendido na Lunus, fator que, segundo declarações de caciques pefelistas, foi preponderante na queda de cerca de oito pontos de Roseana nas pesquisas de intenção de voto. "Não vou falar sobre isso", declarou a governadora. Na semana passada, depois de várias versões sobre a origem do dinheiro, seu marido, Jorge Murad -sócio dela na Lunus-, disse que foi o responsável em arrecadar o dinheiro, que seria usado na campanha presidencial da governadora.
Sobre a queda nas pesquisas, Roseana disse considerá-la natural. "São naturais essas pesquisas, já que não tive a chance de me defender, até agora o processo [que envolve a Lunus" é sigiloso, não sei do que sou acusada, é um bombardeio muito grande, é natural então [a queda"", afirmou.
Ainda durante a caminhada, a governadora recebeu um telefonema por meio do aparelho celular e disse que era uma pessoa lhe informando que uma pesquisa teria constatado que o seu governo é aprovado por 85% dos maranhenses e que 88% acreditariam em sua honestidade.
A governadora visitou no centro histórico as obras de uma casa de cultura que irá abrigar parte da história do Estado. Depois, entrou em um mercado e tomou um café. Cercada por assessores e jornalistas, recebia cumprimentos e, em determinado momento, ouviu a pergunta de um popular: "Continua candidata, governadora?". "Claro", respondeu.



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