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Petista recebe a mesma rejeição de 98
DA REPORTAGEM LOCAL
Se confirmado hoje, Luiz Inácio
Lula da Silva entrará na sua quarta disputa presidencial com o patamar de rejeição -percentual de
eleitores que afirmam que em nenhuma condição votariam em determinado candidato- maior do
que a média obtida em 1989 e praticamente igual às de 1994 e 1998.
A resistência a Lula -rejeição
de 32% na pesquisa do Datafolha
de terça-feira passada- pode ser
medida na comparação com as
médias do mesmo índice durante
as três últimas campanhas presidenciais. Em nove pesquisas de
1989, a média foi 26,4%; em 11
pesquisas em 1994, 31,9%; e em
sete pesquisas de 1998, 32,9%.
"Até hoje Lula paga o preço de
sua oposição ao Plano Real", analisa o consultor Gustavo Venturi,
do Núcleo de Opinião Pública da
Fundação Perseu Abramo, ligada
ao PT. Venturi refere-se ao fato de
que a rejeição a Lula atingiu seu
pico em setembro de 1994 (40%) e
situou-se em faixa próxima no
decorrer das campanhas eleitorais a partir de então.
O real havia começado a circular três meses antes e era definido
pelo petista como um "estelionato
eleitoral" - elaborado para beneficiar o tucano Fernando Henrique Cardoso- e, como resultado, "congelaria a miséria" no país.
"A candidatura Lula está no sinal amarelo. É um percentual alto, mas não significa que não seja
competitivo. O vermelho se acende nos 40%, principalmente numa eleição em dois turnos", afirma Antonio Lavareda, da MCI
Consultoria, que presta serviços
ao governo de Fernando Henrique Cardoso e ao PFL.
A rejeição a Lula de 32% é maior
do que a obtida em toda a campanha do primeiro turno de 1989.
Naquele ano, seu pior índice foi
29%, a dez dias da eleição.
Em 1994, só atingiu esse patamar nos dois meses finais da campanha, quando concluiu a disputa
com 40%, índice que havia atingido em setembro. É a mesma faixa
em que se encontrava nos últimos
três meses de campanha de 1998.
Mas Lula iniciou a disputa da
eleição passada com uma rejeição
de 37% a sete meses do pleito. Esse índice flutuou ao se aproximar
a votação. O petista chegou ao dia
da eleição com 35% de rejeição e
perdeu para FHC por 53,07% a
31,71% dos votos válidos.
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