São Paulo, domingo, 17 de março de 2002

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Petista recebe a mesma rejeição de 98

DA REPORTAGEM LOCAL

Se confirmado hoje, Luiz Inácio Lula da Silva entrará na sua quarta disputa presidencial com o patamar de rejeição -percentual de eleitores que afirmam que em nenhuma condição votariam em determinado candidato- maior do que a média obtida em 1989 e praticamente igual às de 1994 e 1998.
A resistência a Lula -rejeição de 32% na pesquisa do Datafolha de terça-feira passada- pode ser medida na comparação com as médias do mesmo índice durante as três últimas campanhas presidenciais. Em nove pesquisas de 1989, a média foi 26,4%; em 11 pesquisas em 1994, 31,9%; e em sete pesquisas de 1998, 32,9%.
"Até hoje Lula paga o preço de sua oposição ao Plano Real", analisa o consultor Gustavo Venturi, do Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. Venturi refere-se ao fato de que a rejeição a Lula atingiu seu pico em setembro de 1994 (40%) e situou-se em faixa próxima no decorrer das campanhas eleitorais a partir de então.
O real havia começado a circular três meses antes e era definido pelo petista como um "estelionato eleitoral" - elaborado para beneficiar o tucano Fernando Henrique Cardoso- e, como resultado, "congelaria a miséria" no país.
"A candidatura Lula está no sinal amarelo. É um percentual alto, mas não significa que não seja competitivo. O vermelho se acende nos 40%, principalmente numa eleição em dois turnos", afirma Antonio Lavareda, da MCI Consultoria, que presta serviços ao governo de Fernando Henrique Cardoso e ao PFL.
A rejeição a Lula de 32% é maior do que a obtida em toda a campanha do primeiro turno de 1989. Naquele ano, seu pior índice foi 29%, a dez dias da eleição.
Em 1994, só atingiu esse patamar nos dois meses finais da campanha, quando concluiu a disputa com 40%, índice que havia atingido em setembro. É a mesma faixa em que se encontrava nos últimos três meses de campanha de 1998.
Mas Lula iniciou a disputa da eleição passada com uma rejeição de 37% a sete meses do pleito. Esse índice flutuou ao se aproximar a votação. O petista chegou ao dia da eleição com 35% de rejeição e perdeu para FHC por 53,07% a 31,71% dos votos válidos.



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