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Norma de 2000 tirou aprovação prévia de gastos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O controle interno das
despesas milionárias dos
ecônomos da Presidência
deixou de ser feito a partir
de uma norma editada em
2000, no governo Fernando Henrique Cardoso. Antes, era necessária aprovação prévia do gasto. Depois, o governo passou a
depender apenas da fiscalização posterior, feita por
relatórios de gestão enviados ao TCU (Tribunal de
Contas da União).
Os relatórios, por sua
vez, examinam apenas
uma amostra de cada despesa realizada -isso inclui
igualmente os gastos dos
cartões corporativos do
governo Lula e as contas
bancárias "tipo B" do governo FHC. Portanto, irregularidades que não sejam
denunciadas ou detectadas pelo TCU ficam arquivadas no Planalto.
O trâmite do controle e
fiscalização das despesas
presidenciais, detalhado à
Folha pela Casa Civil, cita
argumentos apresentados
em 2000 pelo então ministro Pedro Malan (Fazenda) para a mudança,
cuja lógica era que o executor de uma despesa não
pode também fiscalizá-la.
Ao citar Malan, a explicação da Casa Civil segue,
de forma velada, a estratégia adotada pelo governo
após o Carnaval para gerir
o escândalo da "farra dos
cartões": apontar para a
gestão anterior.
Segundo a Casa Civil,
antes da Instrução Normativa 4 de 2000, valia regra de 1986, pela qual a secretaria de controle interno de cada órgão "aprovava ou não as despesas". Os
"ecônomos" (servidores
autorizados a efetuar os
gastos) são escolhidos "a
critério e responsabilidade" de seus superiores.
(LEILA SUWWAN)
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