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Senado quer vender a folha em pregão
Maior parte do dinheiro arrecadado seria aplicada na construção de um anexo; obra não é consenso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado estuda abrir um
pregão eletrônico para vender a
folha de pagamento de seus
servidores. O objetivo é estimular a participação de bancos
privados no negócio para arrecadar, no mínimo, R$ 300 milhões. Grande parte do dinheiro deverá ser utilizada na construção de um prédio anexo.
Inicialmente, a idéia era vender a folha dos servidores para
Caixa Econômica e o Banco do
Brasil, numa operação similar à
que foi feita pela Câmara dos
Deputados, em que foram arrecadados R$ 202 milhões. Contudo, o valor oferecido pelo BB
ficou abaixo das expectativas.
"Em princípio, a diretoria do
BB disse que o perfil da folha do
Senado era parecido com o da
Câmara. Eles ficaram de apresentar uma proposta praticamente idêntica, mas não foi o
que aconteceu. Ficou em R$
140 milhões", disse o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia.
"A Mesa, então, deliberou
que precisa aumentar o ganho
[no negócio] por meio de licitação. A idéia é fazer um pregão
com a participação de bancos
privados", contou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), segundo-vice presidente do Senado.
Segundo Agaciel, os senadores ficaram de esperar uma nova proposta do BB para "bater o
martelo". "Ainda não há uma
decisão política".
Um dos entraves para o negócio é o destino do dinheiro
arrecadado com a venda da folha de servidores. Na última
reunião da Mesa, realizada em
27 de fevereiro, o primeiro-secretário, senador Efraim Morais (DEM-PB), defendeu que
parte do dinheiro fosse utilizada para a construção do Anexo
do Senado, proposta que não
agrada alguns senadores.
"O Efraim recebeu uma proposta [sobre a venda da folha],
mas não sei se é boa. Ele comentou a possibilidade de fazermos a obra, mas o assunto
acabou não sendo discutido",
disse o presidente do Senado,
Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Ontem a Folha tentou falar
com Efraim, mas ele não respondeu aos recados na caixa
postal de seu telefone celular.
Segundo Agaciel, seriam gastos cerca de R$ 143 milhões na
construção do anexo, que contaria com 12 andares e garagem
para 3 mil automóveis.
"A Câmara pegou o dinheiro
[da venda da folha] para reformar os apartamentos e fazer o
anexo. O Senado é o único que
não fez seu anexo desde 1960",
disse Agaciel.
No fim do ano passado, o senador Tião Viana (PT-AC), então na presidência interina da
Casa, retirou da proposta orçamentária de 2008 uma emenda
de R$ 22 milhões para o início
das obras. Na época, ele atendeu a um pedido do senador
Pedro Simon (PMDB-RS).
(ADRIANO CEOLIN)
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