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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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Das crianças que trabalham, 48,6% não têm salário

DA SUCURSAL DO RIO

Do grupo das crianças e adolescentes que trabalham no Brasil, 48,6% não são remuneradas. Esse percentual chega a 92% quando a faixa etária analisada é a mais baixa, que compreende crianças de cinco a nove anos. Segundo a pesquisa, a atividade remunerada cresce à medida que aumenta a faixa etária. O trabalho infantil não-remunerado prevalece nas áreas rurais, onde alcança 83,5%. Nos centros urbanos, essa parcela é de 21,8%.
Os Estados que registram os menores índices de crianças que trabalham sem salário são o Distrito Federal (17,1%) e São Paulo (18,1%). Os piores nesse quesito são Maranhão (71,7%) e Alagoas ( 71,9%). "As altas taxas de trabalho não-remunerado são mais uma evidência de que essas crianças estão num esquema de agricultura em que a criança trabalha junto com a família, que é o que prevalece no país", afirma a secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Oliveira.
Ela alerta, porém, que esse dado pode ter dois significados distintos e refletir realidades bastante diferentes.
"A criança pode estar trabalhando com a família, num esquema de pequena agricultura para consumo próprio ou para venda, o que é um ambiente em que ela está relativamente protegida, ou ela pode estar sendo explorada, junto com o resto da família, trabalhando na lavoura de cana ou em carvoarias", diz Oliveira. (SP)


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