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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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DIPLOMACIA

Com 25 contra, Senado aprova Itamar em Roma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem a indicação do ex-presidente Itamar Franco para embaixador do Brasil na Itália com uma das votações mais apertadas da história da Casa: 29 votos a favor, 25 contra e 2 abstenções.
Segundo o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores, o único resultado pior do que o de Itamar, nos últimos anos, foi obtido pelo ex-ministro da Cultura e ex-governador José Aparecido de Oliveira quando indicado para chefiar a embaixada em Portugal. Ele foi aprovado com apenas um voto de diferença.
A votação de indicação de embaixador é secreta. O quórum exigido para aprovação é a maioria dos presentes, com o comparecimento de no mínimo 41 senadores em plenário.
Para Suplicy, Itamar tem todas as qualificações para ser embaixador na Itália, como ex-presidente da República, ex-governador, ex-embaixador em Portugal e ex-representante do Brasil na OEA (Organização dos Estados Americanos). Os votos contrários, segundo ele, refletem uma "oposição política" a ele.
Quando nomeado embaixador em Portugal, Itamar teve uma votação bem mais folgada: 54 aprovaram sua indicações, 4 foram contra e 3 foram as abstenções.
Na história do Senado, há o registro de apenas um caso de rejeição de indicação para embaixador: o do ex-presidente Jânio Quadros indicando o nome de José Ermírio de Moraes para a Alemanha, em 1961.
Ontem, na mesma sessão, o plenário aprovou a indicação do ex-deputado Tilden Santiago para ser embaixador do Brasil em Cuba por 52 votos a favor e 7 contra.
"Estou decepcionado", afirmou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), ex-líder do governo Itamar Franco no Senado, que relatou, na CRE, a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicando Itamar embaixador na Itália.
"Ontem [anteontem], numa votação do Conselho de Ética que interessava ao senador Antonio Carlos Magalhães, o resultado foi de 12 a 2 a favor de ACM. Hoje, Itamar é aprovado com essa votação apertada. Esse é o retrato do novo Senado", disse Simon.


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