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SISTEMA FINANCEIRO
Diretor de Fiscalização confirma critério usado pela Folha, que aponta prejuízo de R$ 1,567 bilhão
Gasto do BC varia com cálculo, diz Alvarez
da Sucursal de Brasília
O diretor de
Fiscalização do
Banco Central,
Luiz Carlos Alvarez, disse que
o gasto do BC
com o socorro
aos bancos Marka e o FonteCindam pode ser calculado por vários critérios, inclusive o que leva a um prejuízo de R$
1,567 bilhão.
"E possível especular o valor de
várias maneiras, e cada cálculo será feito de acordo com um critério.
O fundamental é explicitar o critério", disse Alvarez.
O diretor de Fiscalização do BC
não quis confirmar o resultado do
cálculo apresentado pela Folha na
edição de ontem, que chega a um
prejuízo de R$ 1,567 bilhão.
"Não vou dizer que o número está certo nem errado. Se eu disser
que está certo, vocês (os jornalistas) vão colocar o número na minha boca", afirmou.
Mesmo sem avalizar o número,
Alvarez confirmou os passos do
cálculo feito pela Folha. "É assim
mesmo", disse, ao ser confrontado
com o critério utilizado.
A estimativa de prejuízo de R$
1,567 bilhão leva em consideração
o valor do socorro e a variação da
cotação do dólar até o fim de janeiro (veja quadro ao lado).
O BC socorreu o Marka vendendo dólar a R$ 1,27, e o FonteCindam, a R$ 1,32. No final de janeiro
o dólar valia R$ 1,98. O prejuízo é a
diferença entre as cotações.
"Acredito que o BC tenha carregado as posições até o final do mês,
mesmo porque naquele momento
não havia ninguém querendo assumi-las", disse Alvarez.
O diretor do BC disse, entretanto, que os critérios de cálculo são
muito subjetivos -e que, de acordo com o referencial, é até possível
concluir que o BC lucrou com a
operação de socorro.
Segundo ele, no dia do socorro, a
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros) registrou operações com
a cotação de R$ 1,25. Nessa hipótese, haveria lucro nas operações.
Outro método seria considerar o
preço do dólar à vista em 14 de janeiro, que era R$ 1,32. Nesse caso,
teria havido prejuízo na operação
do Marka e nem prejuízo nem lucro na do FonteCindam.
Segundo ele, na época do socorro, o FonteCindam afirmou ao BC
ter financiamento para comprar
dólares no mercado à vista, que
poderiam encerrar as posições em
aberto no mercado futuro.
Nesse caso, afirmou o diretor do
BC, o FonteCindam teria apenas
de pagar os juros do financiamento. Alvarez disse que foi vendido
dólar no mercado futuro ao FonteCindam porque assim poupou
uma perda de aproximadamente
US$ 790 milhões nas reservas em
moeda estrangeira do BC. Ou seja:
o FonteCindam deixou de pagar
juros do financiamento, mas o BC
preservou as reservas.
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