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Dos EUA, Mercadante critica governo
paulista; em viagem, Serra nada fala
DE NOVA YORK
DA REPORTAGEM LOCAL
O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, criticou ontem o
acordo fechado entre o governo
do Estado e a facção criminosa
PCC para o fim dos ataques. O petista chamou o acordo de "erro" e
disse que "os criminosos vão voltar com mais força".
"Se foi feito um acordo, é um
grave erro estratégico, porque isso vai servir para o acúmulo de
forças. Os criminosos vão submergir e voltar com mais força",
disse Mercadante, que deu palestra ontem em um seminário sobre
investimentos em Nova York.
Apesar da partidarização do
problema da segurança pública,
Mercadante fez um apelo para
evitar que o assunto vire foco político-eleitoral.
"Neste momento, não vou me
colocar como candidato. Não é
hora de disputa partidária. É hora
de trabalharmos juntos e coesos,
não de fazer campanha", disse.
O discurso conciliador de ambos não evitou críticas indiretas.
Anteontem, Mercadante reclamou de as forças de segurança
não terem sido alertadas para os
ataques, apesar de o governador
Cláudio Lembo ter conhecimento
dos planos do PCC.
"Uma coisa que nunca mais pode acontecer é isso: policiais que
estão na linha de frente não terem
sido avisados", disse o petista.
"Algumas vidas foram ceifadas
sem saber que isso poderia acontecer, estavam desprotegidas. É
uma questão que precisa ser analisada posteriormente."
Segundo Mercadante, o uso de
coletes à prova de balas e armas
mais pesadas poderia ter evitado a
morte de diversos policiais.
Serra viaja
O ex-prefeito e pré-candidato
do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, encontrava-se ontem no exterior, de acordo com
seus ex-assessores e parlamentares ligados a seu grupo político.
O tucano viajou no final de semana para os EUA, ainda segundo seus ex-assessores.
De acordo com tucanos ouvidos
pela Folha, Serra não comentaria
a onda de violência no Estado por
duas razões: primeiro, porque
pretende conversar pessoalmente
com seu grupo no Brasil antes de
se posicionar sobre os fatos; segundo, o candidato, à frente das
pesquisas de intenção de voto,
tenta afastar-se ao máximo da crise, temendo um reflexo negativo
nas próximas sondagens.
No último Datafolha, Serra tinha 63% das intenções de voto,
contra 16% de Mercadante.
Outro motivo do isolamento seria uma discordância com a política de segurança do secretário
Saulo de Castro Abreu Filho.
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