São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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Dos EUA, Mercadante critica governo paulista; em viagem, Serra nada fala

DE NOVA YORK

DA REPORTAGEM LOCAL

O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, criticou ontem o acordo fechado entre o governo do Estado e a facção criminosa PCC para o fim dos ataques. O petista chamou o acordo de "erro" e disse que "os criminosos vão voltar com mais força".
"Se foi feito um acordo, é um grave erro estratégico, porque isso vai servir para o acúmulo de forças. Os criminosos vão submergir e voltar com mais força", disse Mercadante, que deu palestra ontem em um seminário sobre investimentos em Nova York.
Apesar da partidarização do problema da segurança pública, Mercadante fez um apelo para evitar que o assunto vire foco político-eleitoral.
"Neste momento, não vou me colocar como candidato. Não é hora de disputa partidária. É hora de trabalharmos juntos e coesos, não de fazer campanha", disse.
O discurso conciliador de ambos não evitou críticas indiretas. Anteontem, Mercadante reclamou de as forças de segurança não terem sido alertadas para os ataques, apesar de o governador Cláudio Lembo ter conhecimento dos planos do PCC.
"Uma coisa que nunca mais pode acontecer é isso: policiais que estão na linha de frente não terem sido avisados", disse o petista.
"Algumas vidas foram ceifadas sem saber que isso poderia acontecer, estavam desprotegidas. É uma questão que precisa ser analisada posteriormente."
Segundo Mercadante, o uso de coletes à prova de balas e armas mais pesadas poderia ter evitado a morte de diversos policiais.

Serra viaja
O ex-prefeito e pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, encontrava-se ontem no exterior, de acordo com seus ex-assessores e parlamentares ligados a seu grupo político.
O tucano viajou no final de semana para os EUA, ainda segundo seus ex-assessores.
De acordo com tucanos ouvidos pela Folha, Serra não comentaria a onda de violência no Estado por duas razões: primeiro, porque pretende conversar pessoalmente com seu grupo no Brasil antes de se posicionar sobre os fatos; segundo, o candidato, à frente das pesquisas de intenção de voto, tenta afastar-se ao máximo da crise, temendo um reflexo negativo nas próximas sondagens.
No último Datafolha, Serra tinha 63% das intenções de voto, contra 16% de Mercadante.
Outro motivo do isolamento seria uma discordância com a política de segurança do secretário Saulo de Castro Abreu Filho.


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