São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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Servidores do Incra marcam greve para 2ª

Órgão responsável pela reforma agrária faz sua quarta paralisação da gestão Lula; autarquia tem 6.200 funcionários na ativa

Das 30 superintendências regionais, 12 já definiram pela paralisação e 5 estão com o chamado "indicativo" de greve; as outras avaliam


EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

No momento em que o governo estuda formas para limitar o direito de greve dos servidores públicos, funcionários do Incra (órgão responsável pela reforma agrária) decidiram iniciar a partir de segunda-feira uma paralisação nacional.
Essa será a quarta greve nacional dos servidores da autarquia em quatro anos e cinco meses de gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Somando as paralisações de 2004, 2005 e 2006, são cerca de 120 dias de braços cruzados.
Anteontem, Lula criticou o fato de alguns servidores públicos entrarem em greve e depois receberem o salário referente aos dias parados.
"O que não é possível, e nenhum brasileiro pode aceitar, é alguém fazer 90 dias de greve e receber os dias parados, porque, aí, deixa de ser greve e passa a ser férias", disse o presidente, durante entrevista coletiva no Planalto.

Reivindicações
Das 30 superintendências regionais do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), 12 já definiram pela paralisação e outras 5 estão com "indicativo" de greve.
As demais, além da sede do órgão, em Brasília, têm assembléias nos próximos dias. O Incra conta hoje com cerca de 6.200 servidores na ativa. As principais reivindicações dos funcionários se repetem desde a greve 2004. Eles cobram a reestruturação da carreira, a recomposição da força de trabalho e o reaparelhamento da autarquia, além da manutenção mínima de gratificações aos servidores inativos -hoje em cerca de 4.000 pessoas.
A greve no Incra, caso se prolongue e conte com a adesão da maioria dos servidores, terá o agravante de atrasar ainda mais o ritmo da reforma agrária (incluindo desapropriações e assentamento de sem-terra).
O andamento do processo vem lento desde o final do ano passado, por conta da demora de Lula em efetivar o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) no cargo e também pela indefinição, que persiste, de manter ou não os superintendentes do Incra.
Procurados ontem por meio de suas assessorias, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a direção do Incra não comentaram a iniciativa de greve dos servidores da autarquia.
Outras categorias de servidores públicos ou estão em greve ou prometem paralisações. A Polícia Federal deve parar no próximo dia 22. Os funcionários do Ibama estão em greve desde segunda-feira. O servidores do Ministério da Cultura fazem greve desde terça-feira.


Colaborou VINICIUS ABATTE, da Sucursal de Brasília

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