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Servidores do Incra marcam greve para 2ª
Órgão responsável pela reforma agrária faz sua quarta paralisação da gestão Lula; autarquia tem 6.200 funcionários na ativa
Das 30 superintendências regionais, 12 já definiram pela paralisação e 5 estão com o chamado "indicativo" de greve; as outras avaliam
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
No momento em que o governo estuda formas para limitar o direito de greve dos servidores públicos, funcionários do
Incra (órgão responsável pela
reforma agrária) decidiram iniciar a partir de segunda-feira
uma paralisação nacional.
Essa será a quarta greve nacional dos servidores da autarquia em quatro anos e cinco
meses de gestão do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Somando as paralisações de 2004,
2005 e 2006, são cerca de 120
dias de braços cruzados.
Anteontem, Lula criticou o
fato de alguns servidores públicos entrarem em greve e depois
receberem o salário referente
aos dias parados.
"O que não é possível, e nenhum brasileiro pode aceitar, é
alguém fazer 90 dias de greve e
receber os dias parados, porque, aí, deixa de ser greve e passa a ser férias", disse o presidente, durante entrevista coletiva no Planalto.
Reivindicações
Das 30 superintendências
regionais do Incra (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária), 12 já definiram
pela paralisação e outras 5 estão com "indicativo" de greve.
As demais, além da sede do órgão, em Brasília, têm assembléias nos próximos dias.
O Incra conta hoje com cerca
de 6.200 servidores na ativa. As
principais reivindicações dos
funcionários se repetem desde
a greve 2004. Eles cobram a
reestruturação da carreira, a
recomposição da força de trabalho e o reaparelhamento da
autarquia, além da manutenção mínima de gratificações aos
servidores inativos -hoje em
cerca de 4.000 pessoas.
A greve no Incra, caso se prolongue e conte com a adesão da
maioria dos servidores, terá o
agravante de atrasar ainda mais
o ritmo da reforma agrária (incluindo desapropriações e assentamento de sem-terra).
O andamento do processo
vem lento desde o final do ano
passado, por conta da demora
de Lula em efetivar o ministro
Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) no cargo e também pela indefinição, que persiste, de manter ou não os superintendentes do Incra.
Procurados ontem por meio
de suas assessorias, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a direção do Incra não comentaram a iniciativa de greve
dos servidores da autarquia.
Outras categorias de servidores públicos ou estão em greve
ou prometem paralisações. A
Polícia Federal deve parar no
próximo dia 22. Os funcionários do Ibama estão em greve
desde segunda-feira. O servidores do Ministério da Cultura fazem greve desde terça-feira.
Colaborou VINICIUS ABATTE, da Sucursal de Brasília
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