São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

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entrevista

Geddel diz não ter autoridade em seu partido

FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), diz ter perdido "autoridade política" para questionar a decisão de colegas peemedebistas que decidiram apoiar partidos de oposição, como o DEM, nas eleições municipais.

 

FOLHA - Por que o sr. se aproximou de Lula se no primeiro mandato dele foi um crítico ferrenho?
GEDDEL VIEIRA LIMA
- Em 2002, apoiei a candidatura de José Serra por circunstâncias baianas e nacionais. As urnas me disseram: "fique em oposição a Lula". Quando veio o momento de refazer o contrato com a sociedade, as circunstâncias mudaram.

FOLHA - Por que é mais difícil no cenário municipal repetir a união entre PT e PMDB? Em São Paulo e Salvador, por exemplo, os dois partidos não devem estar juntos.
GEDDEL
- É difícil em todos os cenários. É fundamental que exista uma figura como a do presidente Lula, que é o avalista do governo de coalizão. Quando ele não está envolvido, aflora essas diferenças partidárias. E surgem eventos como o de Salvador que só me cabem lamentar. É evidente que trincam a relação entre os dois partidos.

FOLHA - É inevitável o PT lançar candidato em Salvador?
GEDDEL
- É da natureza do PT. Inevitável não seria se considerar que o PT ajudou a construir a vitória de João Henrique (PMDB) e administrou Salvador até agora.

FOLHA - Diante dessa postura, como foi a conversa que teve com Orestes Quércia (presidente do PMDB-SP, que declarou apoio à candidatura de Gilberto Kassab)?
GEDDEL
- Eu falei com Quércia depois que a decisão dele já estava tomada. Ele me falou que era o mais conveniente para o partido em São Paulo e para ele pessoalmente. Em função da situação em Salvador, eu não tinha muita autoridade política para cobrar dele uma posição.

FOLHA - O candidato e deputado federal ACM Neto (DEM-BA) procurou o sr. para uma eventual aliança no segundo turno?
GEDDEL
- O deputado ACM Neto assume uma política de diálogo. A minha luta é construir alianças para que Henrique vá ao segundo turno. Se ele não for, o PMDB vai se reservar o direito de ver quem vai para tomar sua decisão.

FOLHA - Não é absurdo para o senhor apoiar o DEM?
GEDDEL
- Imagine um segundo turno, que não vai acontecer, entre Antônio Imbassahy (PSDB) e ACM Neto. Por que eu teria que escolher o genérico se eu posso ficar com o verdadeiro (carlista).


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