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entrevista
Geddel diz não ter autoridade em seu partido
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Integração
Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), diz ter perdido "autoridade política"
para questionar a decisão de
colegas peemedebistas que
decidiram apoiar partidos de
oposição, como o DEM, nas
eleições municipais.
FOLHA - Por que o sr. se aproximou de Lula se no primeiro mandato dele foi um crítico ferrenho?
GEDDEL VIEIRA LIMA - Em 2002,
apoiei a candidatura de José
Serra por circunstâncias
baianas e nacionais. As urnas
me disseram: "fique em oposição a Lula". Quando veio o
momento de refazer o contrato com a sociedade, as circunstâncias mudaram.
FOLHA - Por que é mais difícil no
cenário municipal repetir a união
entre PT e PMDB? Em São Paulo e
Salvador, por exemplo, os dois
partidos não devem estar juntos.
GEDDEL - É difícil em todos
os cenários. É fundamental
que exista uma figura como a
do presidente Lula, que é o
avalista do governo de coalizão. Quando ele não está envolvido, aflora essas diferenças partidárias. E surgem
eventos como o de Salvador
que só me cabem lamentar. É
evidente que trincam a relação entre os dois partidos.
FOLHA - É inevitável o PT lançar
candidato em Salvador?
GEDDEL - É da natureza do
PT. Inevitável não seria se
considerar que o PT ajudou a
construir a vitória de João
Henrique (PMDB) e administrou Salvador até agora.
FOLHA - Diante dessa postura,
como foi a conversa que teve com
Orestes Quércia (presidente do
PMDB-SP, que declarou apoio à
candidatura de Gilberto Kassab)?
GEDDEL - Eu falei com Quércia depois que a decisão dele
já estava tomada. Ele me falou que era o mais conveniente para o partido em São
Paulo e para ele pessoalmente. Em função da situação em
Salvador, eu não tinha muita
autoridade política para cobrar dele uma posição.
FOLHA - O candidato e deputado federal ACM Neto (DEM-BA)
procurou o sr. para uma eventual
aliança no segundo turno?
GEDDEL - O deputado ACM
Neto assume uma política de
diálogo. A minha luta é construir alianças para que Henrique vá ao segundo turno. Se
ele não for, o PMDB vai se reservar o direito de ver quem
vai para tomar sua decisão.
FOLHA - Não é absurdo para o
senhor apoiar o DEM?
GEDDEL - Imagine um segundo turno, que não vai acontecer, entre Antônio Imbassahy (PSDB) e ACM Neto. Por que eu teria que escolher
o genérico se eu posso ficar
com o verdadeiro (carlista).
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