São Paulo, domingo, 17 de maio de 2009

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Fiador de Yeda, PMDB é cortejado pelo PT

De olho na vaga da governadora, peemedebistas já discutem quando deixar a administração tucana

DO ENVIADO A PORTO ALEGRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Principal fiador da governabilidade de Yeda Crusius, o PMDB não discute mais se deixará ou não o governo, mas sim a data do desembarque da administração. O motivo é um só: os peemedebistas querem disputar a sucessão no Estado.
"É certo que vamos ter um candidato ao governo. [José] Fogaça [prefeito de Porto Alegre] é quem está mais bem posicionado, mas [Germano] Rigotto [ex-governador 2003-2006] também é forte", afirma o senador Pedro Simon, principal líder do PMDB no Estado.
Na mais recente pesquisa Datafolha, no principal cenário, Yeda tem 9% das intenções de voto e Fogaça, 27% (o petista Tarso Genro tem 30%).
A terceira colocação de Yeda na sondagem deu combustível às pretensões do aliado.
Turbinado pela eleição de 143 prefeitos (dos 496 do RS) e com vitórias nos maiores colégios eleitorais (Porto Alegre e Caxias do Sul), o PMDB, principal aliado de Yeda, é cortejado hoje por tucanos e petistas.
Quando questionado se disputará o governo, Fogaça desconversa. Nos encontros que o PMDB realizou este ano, o dilema que sobressaiu não é o nome do futuro candidato; a divisão é entre facções que defendem a saída imediata e as que preferem protelar até 2010.
O crescimento da musculatura eleitoral peemedebista contrasta com a situação tucana. Sob o governo Yeda, a influência do PSDB encolheu no RS. Nas últimas duas eleições municipais, o partido manteve o mesmo número de prefeituras (19), mas o número de votos teve uma queda de 37%.
No PT, o deputado Raul Pont diz que tudo caminha para a indicação do ministro da Justiça, Tarso Genro, que tem 30% no principal cenário do Datafolha. Ele avalia como pouco provável a aliança com o PMDB, ainda que o partido integre a coalizão do governo Lula.
No entanto, há uma ala mais governista dos petistas que defende até abrir a cabeça de chapa em prol de Rigotto.
Yeda tem buscado a solidariedade da cúpula de seu partido para enfrentar a crise no Estado. Em conversa com o senador Sérgio Guerra (PE), presidente nacional dos tucanos, ouviu dele que terá o apoio de seus pares, mas que necessita esclarecer as denúncias e desatar o nó político de seu governo.
A avaliação do PSDB é que Yeda vai muito mal no trato com aliados e oposição e que, com ou sem ela, o Rio Grande do Sul tem um eleitorado antipetista que apoiará um nome tucano ao Planalto em 2010.


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