São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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ALÉM DA CONVENÇÃO

Tucanos são a prova de que o poder engorda

DANUZA LEÃO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Dize-me como te vestes e eu te direi em quem vais votar.
É fácil reconhecer os simpatizantes dos tucanos, e isso ficou claro na convenção do PSDB, sábado, em Brasília. Para começar, tucano não usa camiseta; só camisa social, e no auge da descontração é permitido arregaçar as mangas; mas os cotovelos, sempre escondidos.
No sábado, só as cores das camisas eram diferentes: a de Serra era de uma cor indefinida; seria cinza ou verde escuro? Tasso Jereissati e Paulo Renato cravaram no azul marinho, e Geraldo Alckmin no cinza chumbo. Já Márcio Fortes deu uma derrapada imperdoável: sua camisa era amarelo berrante e de mangas curtas, um horror. Detalhe: o poder engorda. Todos -com exceção de Alckmin, que é governador há pouco tempo- estão com um pneuzinho em volta da cintura de fazer gosto. Mas nada que uma lipo não resolva.
As tucanas também têm tudo em comum: para começar, seus cabelos são lisos e bem tratados (as crespinhas são exclusivas do PT e o PDT). Usam e abusam dos terninhos e saltinhos discretos. Mas dona Ruth ainda não aprendeu que não dá para usar óculos, colar étnico e brincos, tudo ao mesmo tempo. E ainda arregaçou as mangas do seu blazer, no melhor estilo Roberto Carlos.
Serra está precisando cuidar do visual: sua calça bege tinha um toque de acrílico, o cinto era fino demais, e entre este e a camisa havia uns bons dois dedos da calça aparecendo. Em compensação, Fernando Henrique ousou: sua camisa, de cor rosa com um ligeiro pigmento laranja, era cor de melão, mas aquele melão importado que custa bem caro, deu para entender? Bem chique, FHC.
Na platéia algumas usavam bolsas Louis Vuitton, mas o toque verdadeiramente fashion da convenção era Donata, mulher de Nizan, que usava jeans básico -jeans só pode ser básico-, camisa branca para fora da calça e sandália com pétalas de madrepérola e saltinho dourado.
Antes que me esqueça: é inadmissível que o governo de Fernando Henrique tenha permitido que na lindíssima Esplanada dos Ministérios, na parede lateral do da Saúde, tenha sido colado um imenso cartaz proclamando que 50 milhões de pessoas foram atendidas - pura campanha eleitoral. Brasília é Patrimônio da Humanidade, e como tal tem que ser respeitada.
Faltou falar de Rita Camata, candidata oficial a vice, cujo figurino sempre encaixou como uma luva na estética tucana, e com uma vantagem: ela sempre foi - e continua sendo - um fiapo. Vaidosa como parece ser, se o PSDB ganha as eleições, uma de suas promessas de campanhas (pessoais) deverá ser não engordar uma só grama nos próximos quatro anos. Aliás, uma curiosidade: quantos quilos pesa Rita Camata? Não deve passar dos 50, benza Deus.



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