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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Candidato da Frente culpa tucano por decisão do TSE que proibiu sua aparição em programa de TV do PTB
Ciro diz que Serra é culpado por "censura"
ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato à Presidência pela
Frente Trabalhista, Ciro Gomes,
culpou José Serra, presidenciável
tucano, pela proibição do uso de
imagens suas em programas eleitorais do PTB -que, com o PDT
e o PPS, integra a chapa de Ciro.
"Só a minha voz foi calada, senti-me censurado. O candidato do
PSB [Anthony Garotinho" apareceu em outros programas e nada
aconteceu. A culpa disso é do [tucano" José Serra, que quer se impor como o único candidato",
disse ontem, em São Paulo.
Na sexta, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concedeu liminar
pedida pelo PSDB em representação contra o PTB por causa da
participação de Ciro em comerciais veiculados na última quinta.
"Enquanto isso, no domingo
passado, Serra ficou 15 minutos
ao vivo no Gugu traficando influência, prometendo leito em
hospital público com um telefonema seu", reclamou Ciro.
Comentando a entrevista com o
seu candidato a vice, Paulo Pereira da Silva, na edição de ontem da
Folha, Ciro disse que Paulinho é o
maior líder sindical do país.
Questionado sobre a declaração
do vice, que admitiu desconhecer
o programa político da Frente, Ciro disse que seu vice tem experiência e pontos de contato com
os problemas brasileiros. "Tenho
as minhas opiniões, que não precisam ser as dele. Vamos unificar
e consolidar nossa plataforma."
No sábado, durante o mesmo
evento, dirigido a lojistas, Garotinho atacou Ciro, chamando-o de
destemperado. Em resposta, Ciro
ironizou a frequente referência de
Garotinho à Bíblia e respondeu:
"Perdoe-o, Senhor, pois ele não
sabe o que faz".
O deputado federal Antonio
Delfim Netto (PPB-SP) deu uma
palestra antes de Ciro e foi elogiado pelo presidenciável: "Das pessoas que têm falado sobre a situação atual, ele é disparado o que
tem mais visão", disse.
Delfim, cujo partido optou por
não ter candidato à Presidência e
não fez coligação federal, disse
que ainda não tem candidato,
mas devolveu o elogio, dizendo
que Ciro é o único que "se arriscou" a falar de reforma tributária.
Ao ser indagado sobre a conjuntura atual, o pepebista afirmou:
"O governo decidiu passar de piromaníaco a bombeiro. Foi quem
provocou a crise e demorou a perceber que estava colocando fogo
em seu próprio rabo".
O evento da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, na
qual discursaram Ciro, ontem, e
Garotinho, no sábado, foi pano de
fundo bizarro do debate eleitoral.
Ao som de "Para não dizer que
não falei das flores", de Geraldo
Vandré -lema da esquerda durante o regime militar-, o vídeo
institucional apresentado antes
da palestra de Ciro usou metáforas como a união das formigas
contra o gafanhoto que se apropria da produção e o Davi derrotando o gigante Golias.
Com frases como "Líderes não
nascem do dia para a noite", foram mostradas imagens dos ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello, os líderes
pacifistas Mahatma Gandhi e
Martin Luther King e ditadores
como Adolf Hitler e Fidel Castro.
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