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O Ministério Público Federal vai investigar os atos secretos editados pelo Senado nos últimos 14 anos.
A procuradora Anna Carolina Resende, que também é responsável por apurar a farra das passagens no Congresso, vai conduzir o caso.
Senadores cobram do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), a anulação desses atos secretos. Ontem, em seu discurso, Sarney disse que irá esperar o resultado da investigação que está sendo feita por servidores da Casa, o que deve ocorrer apenas na próxima semana.
Já a Polícia Federal começa hoje, depois de esperar mais de um mês, a apurar as denúncias contra João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, suspeito de participar de um esquema de fraudes em empréstimos consignados a servidores da instituição.
Ontem, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), foi à Superintendência da PF levar os documentos ao delegado Gustavo Buque. Buque tentou sucessivas vezes acesso aos convênios do Senado relacionados ao caso. Só os recebeu ontem.
Antonio Carlos de Almeida Castro, advogado de Zoghbi, criticou o fato de haver duas investigações contra seu cliente e disse que estão imputando a ele "fatos que não cometeu".
Quanto ao diretor-geral da Casa, Alexandre Gazineo, deve ser mantido até que Sarney ache um substituto que não seja do quadro de servidores da Casa. Um nome sob especulação é o do ex-ministro do Tribunal de Contas da União Guilherme Palmeira.
Gazineo afirmou à Folha que pode até ser demitido, mas ainda não foi informado. "Se minha substituição for um caminho para que a instituição se pacifique, não tem problema. Respeitarei."


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