DA REPORTAGEM LOCAL

Postulando o direito de concorrer ao governo de São Paulo em 2010, o secretário da Casa Civil do Estado, Aloysio Nunes Ferreira, exibiu ontem suas armas ao reunir prefeitos para assinatura de 97 convênios no Palácio dos Bandeirantes.
Dono neste ano de um orçamento de pelo menos R$ 530 milhões para negociação direta com os municípios, ele presidiu a abertura da solenidade, num discurso em que chamou prefeitos e deputados de "amigos".
Patrocinador do acordo que aumentou de R$ 2 milhões para R$ 3 milhões a cota individual de emendas na Assembleia, ele controlará 1.500 convênios. De 2007 a 2008, foram 3.228, num total de R$ 862,8 milhões.
Ao abrir a solenidade, ele pediu que os prefeitos agilizassem a apresentação de documentos para obtenção de recursos. Ele sugeriu ainda que os prefeitos avaliem com deputados o objeto de emendas parlamentares.
"É uma lembrança que gostaria de fazer a vocês, meus amigos, para que deem tramitação mais rápida. O deputado que apresenta a emenda e não vê essa emenda se realizar fica numa compreensível frustração", discursou Aloysio, antes de ser chamado de "verdadeiro municipalista" pelo presidente da Assembleia e cabo eleitoral, Barros Munhoz (PSDB).
Reunido com a vereadora Mara Gabrilli no gabinete ao lado e nada disposto a inibir movimentação no tucanato, o governador José Serra chegou ao evento no final. Ao saber dos elogios a Aloysio, comentou: "Que bom".
O governador se recusou a comentar a hipótese de lançamento da candidatura de Gilberto Kassab (DEM) ao governo: "Antecipar coisa de São Paulo? Já não basta antecipar a nacional?"
Enquanto o secretário anunciava a liberação de R$ 21,5 milhões, Serra se preparava para viajar aos Estados Unidos, onde busca um empréstimo de US$ 1,1 bilhão para a linha 5 do metrô.


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