São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR
O imperador

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

ACM dá ordens à nação, pelas Globos.
Dias antes, lá estava ele a dar ordens à Câmara dos Deputados, além de desqualificar o presidente da Câmara, Michel Temer.
Ontem, deu ordens ao Poder Judiciário, avisando para rever a decisão de restaurar os sigilos bancário e telefônico de Francisco Lopes. De ACM, nas Globos:
- Impedir-se a quebra do sigilo é um crime... Eu apelo ao Supremo no sentido de mudar de posição para evitar um conflito institucional.
Não faltaram os esforços, como é regra com ACM, de desqualificação:
- Não fosse o sigilo quebrado do juiz Nicolau, não saberíamos o quanto ele roubou... (O Supremo) parece querer paralisar as CPIs do Senado. (E que) que não se faça a reforma do Judiciário.
Mas é toda a praça dos Três Poderes que ameaça tornar-se um grande Pelourinho, sob as ordens de ACM.
Pouco antes de abordar o Judiciário, ontem mesmo, lá estava ele a dar ordens ao Poder Executivo.
Apareceu nas Globos diante de FHC, o presidente que, para atender ACM, fez "apelos" à Ford para instalar-se longe de Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul. Na Bahia.
No dizer do presidente da Ford, depois do encontro de ACM com o presidente da República:
- É claro que o pacote financeiro armado para o projeto contou na decisão.
ACM, soberano em todos os palácios de Brasília, foi mais imperador que nunca, ontem nas Globos.

Os tucanos demoraram, mas ontem na TV, depois do relato da tortura por José Antônio Monteiro, tomaram uma decisão, afinal. Disseram que não dá, para o novo diretor da Polícia Federal.
O presidente, que é tucano, pelo jeito nem ouviu.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


Texto Anterior: Anistia Internacional volta a citar violência policial
Próximo Texto: Decisão do STM garante reabertura de caso
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.