São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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RIOCENTRO
Tribunal enviará documentos de IPM ao procurador-geral da Justiça Militar para novas investigações sobre explosão de bomba
Decisão do STM garante reabertura de caso

da Sucursal de Brasília

O presidente do STM (Superior Tribunal Militar), brigadeiro Carlos de Almeida Baptista, determinou ontem o envio ao Ministério Público Militar de todos os documentos originais do IPM (inquérito policial militar) do caso Riocentro para abertura de nova investigação sobre o caso.
Essa iniciativa garantirá a instauração de um novo IPM nos próximos dias pelo Exército, a pedido do procurador-geral da Justiça Militar, Kleber de Carvalho Coêlho.
Pela primeira vez, um militar -o então capitão do Exército Wilson Machado- será considerado suspeito pelo atentado.
O procurador disse que, até o final da próxima semana, requisitará a instauração do IPM. O Exército já sinalizou que, imediatamente após receber essa requisição, designará o oficial encarregado da apuração.
A abertura do novo inquérito ocorrerá 18 anos após a explosão de bomba no estacionamento do centro de convenções Riocentro, em 30 de abril de 1981, durante show de música popular em comemoração ao 1º de Maio. O caso foi arquivado na época sem a indicação de responsáveis.
Machado, hoje coronel residente em Brasília, estava dirigindo o Puma em que a bomba explodiu, provocando a morte do sargento Guilherme Pereira do Rosário, sentado no banco ao lado.
O presidente do STM disse não acreditar em resistência de setores do Exército ao completo esclarecimento do caso. "Creio que não vai, não pode e não deve haver reação."
Ele explicou que decidiu enviar os documentos ao Ministério Público por entender que o STM não poderia criar nenhum obstáculo à instauração de um novo inquérito.
A duração do IPM será de no máximo 60 dias. Coêlho disse que anexará todos os documentos do antigo inquérito ao ofício que enviará ao comandante-geral do Exército, general Gleuber Vieira, requisitando a nova apuração.


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