São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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AMAZÔNIA
Comandante vê risco de intervenção externa

da Sucursal de Brasília

O comandante militar da Amazônia, Luiz Gonzaga Lessa, disse que a defesa da Amazônia pode ser utilizada como pretexto para intervenção armada no Brasil, por parte de países desenvolvidos. Segundo ele, a intervenção militar motivada pela proteção ao meio ambiente é "tendência da próxima década".
Atualmente, afirmou, predominam as intervenções de caráter humanitário, cuja necessidade fica "ao sabor de quem as interpreta".
Ao depor na CPI da Atuação da Funai, anteontem na Câmara, o general afirmou que o princípio da não-intervenção começa a ser posto de lado, como consequência da globalização.
Lessa usou a maior parte do tempo destinado à sua exposição para expor as "ameaças" à Amazônia.
Disse que é preocupante a ausência do Estado de longas faixas de fronteira, principalmente no Acre e na região das Guianas.
Citou frases textuais de vários líderes internacionais, considerando a Amazônia não como parte do território brasileiro, mas patrimônio da humanidade.
Esse interesse pela Amazônia, disse, se justifica por ter um quinto da disponibilidade de água doce do planeta, um terço das florestas tropicais e riquezas no subsolo.
Depois de afirmar que a Amazônia é inegociável, afirmou: "Queira Deus que no futuro não tenhamos de lutar para reincorporar a Amazônia ao território brasileiro".
O general mostrou também um cartão postal britânico que diz "Fight for the Amazon - Burn a Brazilian" (Lute pela Amazônia -Queime um Brasileiro"), e disse que o governo precisa convencer a opinião pública internacional de que está defendendo o meio ambiente na região.


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