São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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Perito afirma ter dado novo

da Agência Folha, em Maceió

do enviado a Maceió

Dois dossiês sobre questões específicas do caso PC foram preparados reservadamente para o confronto de hoje por autores do contralaudo que questionou em 1997 a tese de crime passional.
O perito criminal Domingos Tochetto e o legista Daniel Muñoz vão se concentrar no que consideram impossibilidade de Suzana ter se suicidado.
A pedido do promotor Luiz Vasconcelos, Tochetto tentará responder a várias questões, com um relatório de 19 páginas, quatro ilustrações e uma fita de vídeo com simulações sobre a posição em que a arma do crime foi encontrada e os resíduos de elementos químicos nas mãos de quem atira.
O revólver Rossi modelo Special calibre 38 estava à esquerda de Suzana e à direita de PC na cama onde eles foram achados mortos.
Suzana era destra. A arma com que ela teria se suicidado, depois de matar PC, estava do outro lado.
De acordo com o primeiro laudo sobre o caso, coordenado pelo legista Fortunato Badan Palhares, isso seria possível. O estudo de Tochetto vai sustentar o contrário.
Com cálculos de física e simulações computadorizadas, ele pretende provar que, se Suzana tivesse se matado, o revólver não estaria ao lado do seu pé esquerdo, a cerca de um metro das mãos.
O dossiê de Tochetto também conclui que, se Suzana tivesse dado pelo menos um tiro, deveria haver elementos químicos, como o chumbo, que não foram encontrados em suas mãos.
Daniel Muñoz apresentará uma simulação em computador, em três dimensões, sobre o tiro que matou Suzana. O perito acredita ter descoberto um dado que inviabilizaria definitivamente o suicídio descrito no primeiro laudo, mas só revelará hoje a novidade.
Os pedidos feitos à Justiça indicam que o legista Badan Palhares, coordenador do laudo original, vai reafirmar a sua tese de que Suzana matou PC e se suicidou.
Com o algodão com que foram recolhidos resíduos que estavam nas mãos de Suzana, o legista dirá que ela poderia ter atirado. O advogado Nivaldo Dóro disse que Badan deve reafirmar que a altura de Suzana era 1,67 m.
O legista alagoano Gérson Odilon, co-autor do laudo chefiado por Badan, disse que "a altura de Suzana nada muda, mesmo que ela fosse uma anã".


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