São Paulo, sábado, 17 de julho de 2004 |
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Polícia apreende munições no AM
KÁTIA BRASIL DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS A Polícia Civil do Amazonas descobriu, no final da tarde de anteontem, em Manaus, um depósito clandestino de munições de uso exclusivo das Forças Armadas. Foi a maior apreensão de material bélico encontrado fora de uma unidade militar na região. A munição apreendida, avaliada pela Polícia Civil em R$ 160 mil, é composta por 8.795 unidades de cartuchos da marca CBC de calibres 50 -utilizados para fuzis AR-15, AK-47 e metralhadoras antiaéreas- e 7.62 e 9 mm -para pistolas-, além de 5.000 detonadores para explosivos. A Polícia Civil encontrou o material durante uma operação de combate ao tráfico de drogas e chegou ao depósito localizado na zona portuária da cidade por meio de uma denúncia anônima. O depósito era guardado pelo colombiano Edward Andrey Camacho, 22, e pelo brasileiro Francisco Ferraz de Souza, 49, que foram presos e estão sob guarda da Polícia Civil. Os dois eram mantidos ontem incomunicáveis e não tinham advogados. Com o brasileiro, os policiais encontraram uma lista com um pedido de 500 uniformes e botinas do modelo do Exército do Brasil. Na lista não havia indicação do possível fornecedor. Com o colombiano, estavam um telefone celular e uma agenda. Eles não estavam armados. Inquérito militar Ontem, o general Cláudio de Figueiredo, chefe do CMA (Comando Militar da Amazônia), determinou abertura de inquérito militar para investigar o destino de uma carga, que será periciada, e se foi roubada de alguma unidade. A Aeronáutica realizou uma conferência em suas bases, segundo o major-brigadeiro Cleonilson Nicácio, comandante do 7º Comar (Comando Aéreo Regional). Ele disse que, nas bases de Boa Vista (RR), Manaus e Porto Velho (RO), não foi identificada falta de munição. A Agência Folha apurou que as investigações indicam que o material poderia ser usado para abastecer as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) ou grupos contrários ou aliados do presidente Hugo Chávez, na Venezuela. "Não imaginávamos nunca encontrar munição, e sim droga, principalmente nessa quantidade [de munição], que dá para municiar uma grande unidade do Exército", disse o policial civil Acrísio de Carvalho. Ainda segundo o policial, nos depoimentos, os presos não informaram a origem e o destino do material. Eles afirmaram que foram contratados por um homem identificado apenas como Luiz. E que receberiam R$ 200 para embalar a munição. Segundo ele, no momento da prisão, os dois homens estavam acondicionando os cartuchos em tonéis de plásticos. "Dentro dos tonéis e barris eles colocariam leite em pó para disfarçar a carga durante o transporte, que ocorreria em um prazo de 15 dias", disse o policial. As fronteiras, afirmou, estão bastante vigiadas. Texto Anterior: Planalto dá reajuste de 10% a militares e contorna desgaste Próximo Texto: O que fazer?: Lula diz que ainda busca "carro-chefe" social Índice |
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