São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008

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Em nota, PF afirma que responsável por ação vai terminar relatório até amanhã

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, comprometeu-se a relatar até amanhã o principal inquérito da investigação que levou à prisão do banqueiro Daniel Dantas, segundo nota divulgada ontem pela direção da Polícia Federal em Brasília.
Ele, no entanto, queria ter mais tempo para concluir as investigações. Segundo a direção da PF, como Queiroz vai iniciar na segunda-feira a parte presencial do curso superior da PF, ele queria instruir o inquérito aos sábados e domingos, mas sua sugestão não foi aceita por seus superiores, o que o teria levado a dizer que relataria o inquérito até o fim desta semana.
Queiroz preside o procedimento em que Dantas e outros dirigentes do Opportunity são investigados por supostos crimes de gestão fraudulenta e corrupção ativa. Principal delegado do caso, ele também era o mentor de outros dois procedimentos relacionados à investigação, porém presididos pelos delegados que o ajudavam, Carlos Pellegrini e Karina Souza.
Depois de uma reunião na superintendência da PF de São Paulo, na segunda-feira, Queiroz e os delegados Karina e Pellegrini comunicaram que deixariam os inquéritos.
Nos outros dois procedimentos, a PF apura supostos crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Um, relacionado ao Opportunity. O outro, ao grupo do investidor Naji Nahas.
A PF escalou o chefe da Delefin (delegacia de combate a crimes financeiros) de São Paulo, Ricardo Saadi, para assumir o inquérito que era presidido por Karina. No outro, assume a delegada Érika Marena.
Mesmo que Queiroz consiga relatar o inquérito principal até amanhã, a investigação não será necessariamente concluída. A responsabilidade pela apuração do caso passa para a Procuradoria, que pode pedir à PF novas diligências antes de oferecer denúncia à Justiça.
A pessoas próximas, Queiroz disse que por iniciativa dele a reunião com os delegados foi gravada. Em nota divulgada ontem, a direção geral da PF declarou que "lamenta a distorção dos fatos, que só leva a confundir a população".
Por meio de sua assessoria de imprensa, o comando da PF em Brasília contestou a informação, afirmando que a conversa foi gravada por decisão da direção da corporação.
A assessoria disse que o gravador usado foi levado pelos dois membros da PF de Brasília que participaram da conversa, o diretor de Combate ao Crime Organizado, Roberto Ciciliati Troncon Filho, e o chefe da Divisão de Combate aos Crimes Financeiros, Paulo Teixeira.
Segundo a PF, a sugestão de Queiroz de instruir o inquérito nos finais de semana não foi acatada pelos diretores pois "traria prejuízo às pessoas convidadas a prestar esclarecimentos junto à investigação, comprometendo também a celeridade da apuração".


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