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Em nota, PF afirma que responsável por ação vai terminar relatório até amanhã
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação
Satiagraha, comprometeu-se a
relatar até amanhã o principal
inquérito da investigação que
levou à prisão do banqueiro Daniel Dantas, segundo nota divulgada ontem pela direção da
Polícia Federal em Brasília.
Ele, no entanto, queria ter
mais tempo para concluir as investigações. Segundo a direção
da PF, como Queiroz vai iniciar
na segunda-feira a parte presencial do curso superior da PF,
ele queria instruir o inquérito
aos sábados e domingos, mas
sua sugestão não foi aceita por
seus superiores, o que o teria levado a dizer que relataria o inquérito até o fim desta semana.
Queiroz preside o procedimento em que Dantas e outros
dirigentes do Opportunity são
investigados por supostos crimes de gestão fraudulenta e
corrupção ativa. Principal delegado do caso, ele também era o
mentor de outros dois procedimentos relacionados à investigação, porém presididos pelos
delegados que o ajudavam, Carlos Pellegrini e Karina Souza.
Depois de uma reunião na
superintendência da PF de São
Paulo, na segunda-feira, Queiroz e os delegados Karina e Pellegrini comunicaram que deixariam os inquéritos.
Nos outros dois procedimentos, a PF apura supostos crimes
contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e tráfico de
influência. Um, relacionado ao
Opportunity. O outro, ao grupo
do investidor Naji Nahas.
A PF escalou o chefe da Delefin (delegacia de combate a crimes financeiros) de São Paulo,
Ricardo Saadi, para assumir o
inquérito que era presidido por
Karina. No outro, assume a delegada Érika Marena.
Mesmo que Queiroz consiga
relatar o inquérito principal até
amanhã, a investigação não será necessariamente concluída.
A responsabilidade pela apuração do caso passa para a Procuradoria, que pode pedir à PF
novas diligências antes de oferecer denúncia à Justiça.
A pessoas próximas, Queiroz
disse que por iniciativa dele a
reunião com os delegados foi
gravada. Em nota divulgada ontem, a direção geral da PF declarou que "lamenta a distorção dos fatos, que só leva a confundir a população".
Por meio de sua assessoria de
imprensa, o comando da PF em
Brasília contestou a informação, afirmando que a conversa
foi gravada por decisão da direção da corporação.
A assessoria disse que o gravador usado foi levado pelos
dois membros da PF de Brasília
que participaram da conversa,
o diretor de Combate ao Crime
Organizado, Roberto Ciciliati
Troncon Filho, e o chefe da Divisão de Combate aos Crimes
Financeiros, Paulo Teixeira.
Segundo a PF, a sugestão de
Queiroz de instruir o inquérito
nos finais de semana não foi
acatada pelos diretores pois
"traria prejuízo às pessoas convidadas a prestar esclarecimentos junto à investigação, comprometendo também a celeridade da apuração".
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