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Dantas, delegado e juiz terão de depor em CPI
Depoimentos, na comissão que investiga escutas telefônicas, estão marcados para agosto, após o recesso parlamentar
Também foram convocados para depor diretores da Kroll e o delegado da PF Romero Menezes, responsável pela Operação Chacal, de 2004
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI das Escutas Telefônicas da Câmara aprovou ontem,
em votação simbólica, a convocação do banqueiro Daniel
Dantas, do delegado Protógenes Queiroz, que deixou anteontem o comando da Operação Satiagraha, e do juiz Fausto
Martin De Sanctis, autor dos
pedidos de prisão de Dantas.
Os depoimentos foram marcados para 6 (Queiroz), 7 (Sanctis) e 13 (Dantas) de agosto, na
volta do recesso parlamentar.
Na sessão de ontem, foram
aprovados ainda requerimentos de pedidos de informação
sobre a Operação Chacal, deflagrada em 2004, que investigou
a suposta espionagem da Kroll
contra a Telecom Italia. Diretores da empresa e o delegado Romero Menezes, responsável
por essa operação, também foram convocados.
A votação simbólica ontem
foi possível graças ao acordo
firmado com a base aliada na
véspera para arquivar os pedidos de depoimento dos petistas
Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado e advogado de Dantas, e do ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação Social),
além do investidor Naji Nahas.
O deputado Gustavo Fruet
(PSDB-PR) acredita que a CPI
ganha novo fôlego com os depoimentos de Dantas, do delegado e do juiz e assegurou que
vai questionar os depoentes sobre outros detalhes da Operação Satiagraha, como o afastamento de Protógenes do caso.
"É inevitável perguntar sobre a saída de Protógenes e outros detalhes. Quem vai censurar? Agora, é claro que existe
um trabalho do governo para
esfriar o assunto", disse ele.
Nelson Pellegrino (PT-BA),
relator da CPI, disse que não
tem como impedir nenhuma
pergunta, mas já adiantou que
informações que não dizem
respeito a grampos não entrarão em seu relatório final.
Marcada para acabar em
agosto, a CPI já foi estendida
até setembro. Fruet, porém, ganhou ontem o apoio dos demais
membros da comissão para que
ela seja estendida por outros 90
dias. O pedido será levado ao
presidente da Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), que pode
decidir sozinho ou levar o assunto ao plenário da Casa.
Ontem, Chinaglia manifestou apoio para votar projetos
que tornam mais rigorosa a lei
sobre abuso de autoridade e
que regulamentam o uso de
grampos em investigações. A
proposta sobre grampos, de autoria do senador Pedro Simon
(PMDB-RS), já está pronta para ser votada na Câmara.
A discussão sobre uma nova
legislação tomou fôlego devido
às críticas feitas pelo presidente do STF(Supremo Tribunal
Federal), Gilmar Mendes, que
tem criticado o que considera
"espetacularização" de operações da Polícia Federal.
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