DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) afirmou que desapareceram cópias de dez notas fiscais da DNA, agência do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, que estavam em poder da CPI dos Correios.
São cópias de notas de serviços prestados à Amazônia Celular e à Telemig, totalizando cerca de R$ 700 mil. Segundo ele, as notas não existem na contabilidade dessas operadoras de telefonia.
As duas empresas de telefonia são controladas pelo Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas.
"É um indício forte de que as notas são frias", disse Paes, anteontem, dia em que anunciou o desaparecimento dos documentos. Essas notas estão entre as quais estavam sendo queimadas em Belo Horizonte e foram recuperadas pela Polícia Civil. A DNA diz que a queima de notas foi uma "armação" e negou responsabilidade pela destruição dos documentos fiscais.
Análise das informações da quebra de sigilo bancário de Marcos Valério revelou que as empresas do banqueiro Daniel Dantas injetaram pelo menos R$ 127 milhões nas agências do publicitário.
A Telemig Celular, a Amazônia Celular e a Brasil Telecom respondem juntas pelo maior montante dessa alocação de recursos. As empresas foram em algum momento ou são clientes da agência DNA, de Marcos Valério.
Apesar de terem uma relação comercial, o volume de dinheiro chegou a ser considerado fora do padrão de mercado e chamou a atenção dos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito. Não está descartada a hipótese de Dantas ser convocado para prestar esclarecimentos na CPI.

Movimentação
A Folha noticiou na segunda-feira que o banqueiro Daniel Dantas, com o apoio do PFL e do ex-ministro e deputado federal José Dirceu (PT-SP), estava atuando na CPI, articulando para tentar recuperar influência sobre os fundos de pensão de estatais -poder que teve durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).


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