São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2005

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Ex-assessor de deputado diz ter feito saque no BB

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um ex-assessor do deputado federal Romeu Queiroz (PTB-MG) disse ontem à Polícia Federal que foi a uma agência do Banco do Brasil, em Belo Horizonte, buscar "recursos" distribuídos por Marcos Valério Fernandes de Souza.
É a primeira vez que um sacador envolvido no esquema afirma ter retirado dinheiro do banco estatal, segundo a PF. Até então, só o Banco Rural havia sido citado. Além disso, alguns pagamento do esquema Marcos Valério-PT foram feitos em hotéis e nas próprias empresas do publicitário.
Queiroz, que está na lista de cassáveis da CPI dos Correios, teria recebido R$ 350 mil de Valério, segundo informações do empresário mineiro à comissão parlamentar. O deputado, no entanto, disse desconhecer a quantia.
No depoimento dado ontem na sede da PF em Brasília, seu ex-chefe de gabinete José Hertz deu mais detalhes à nota divulgada por Queiroz semanas atrás sobre o recebimento de dinheiro.
Na nota, Queiroz disse que, após consulta ao ex-secretário do PT Delúbio Soares, foi orientado a "buscar os recursos" com Valério. Ele enviou Hertz nos três supostos saques realizados em duas datas diferentes, na capital mineira.
À PF, Hertz disse ontem que a primeira retirada foi um cheque administrativo da SMPB no valor de R$ 50 mil, em 2003.
A ida de Hertz ao Banco do Brasil teria ocorrido no segundo recebimento, em 5 de janeiro de 2004. O ex-assessor de Queiroz disse que, por orientação da diretora financeira da SMPB, Simone Vasconcelos, esteve numa agência do banco, onde recebeu um pacote lacrado. Operação semelhante foi realizada no mesmo dia numa agência do Rural.
Hertz e Queiroz afirmam que, nas duas vezes, o então chefe de gabinete viajou a Brasília para entregar o dinheiro (em pacotes lacrados) ao tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri.
A assessoria de imprensa do BB informou que Marcos Valério e suas empresas possuem diversas contas na instituição e que cabe à PF investigar a origem dos recursos do empresário.


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