DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Cerca de 150 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram ontem por cerca de três horas o escritório do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca) de Serra Talhada (420 km a oeste de Recife, PE).
Portando facões e foices, eles invadiram as salas às 8h10 para reivindicar agilidade no processo de divisão das terras próximas à barragem de Serrinha, obra federal localizada a 40 km da cidade.
O grupo ameaçou manter os servidores reféns, mas, recebido pela direção do departamento, desistiu. A polícia foi acionada e acompanhou as negociações.
Informada, a coordenação do Dnocs em Recife interveio. O diretor Waldemar Borges Rodrigues entrou em contato com o líder estadual do MST Jaime Amorim e acertou uma reunião com ele na sexta-feira.
No início da tarde, os sem-terra deixaram o escritório e retornaram ao acampamento montado em uma área vizinha à barragem, invadida há dois anos. Não houve depredação do escritório.
O MST se diz incomodado com a "morosidade" do processo de divisão dos 6.000 ha de terras próximas ao açude, que tem capacidade para armazenar 311 milhões de metros cúbicos de água.
A obra foi concluída em 1995. O terreno, da União, seria dividido entre lavradores da região. Há um ano, foi assinado um convênio entre os ministérios da Integração e do Desenvolvimento Agrário para a concretização do projeto.
O Dnocs e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) operacionalizam o convênio. Até agora, entretanto, o trabalho não foi concluído. Os trabalhadores rurais têm pressa porque, com a legalização, passariam a ter o direito de receber benefícios federais. (FÁBIO GUIBU)


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