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CASO BANESTADO
Ex-primeira-dama autoriza CPI a obter dados de conta em Nova York
Nicéa depõe e acusa Pitta e Maluf
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ex-primeira-dama de São
Paulo Nicéa Camargo autorizou
ontem a CPI do Banestado a obter
dados da movimentação de uma
conta bancária no Commercial
Bank de Nova York, cuja titularidade ela dividiria com seu ex-marido, Celso Pitta, prefeito da capital de 1997 a 2000.
Segundo Nicéa Camargo, que
depôs à CPI, a conta seria usada
para receber dinheiro público
desviado da administração municipal de São Paulo nas gestões de
Paulo Maluf (1993 e 1996) e de seu
ex-marido. Nicéa, que estava com
seu filho, Victor, disse que Maluf
teria usado dinheiro público para
comprar a participação de seu irmão Roberto Maluf na Eucatex,
empresa da família. "Quando Pitta foi eleito, Maluf comprou do
Roberto sua parte na Eucatex.
Meu ex-marido foi a pessoa que
mais colaborou para isso", disse.
Em 2000, Nicéa denunciou um
suposto esquema -do qual saberia porque os protagonistas fariam reuniões em sua casa- de
desvio de verba de obras públicas
e pagamento de propina a políticos por empresas que prestavam
serviços à prefeitura.
O caso é investigado pelo Ministério Público de São Paulo. Em
2001, a Folha revelou que as autoridades de Jersey, um paraíso fiscal no canal da Mancha, haviam
bloqueado pelo menos US$ 200
milhões lá depositados em nome
de Maluf e de seus familiares.
"Qualquer serviço prestado à
prefeitura tem de pagar 3% [de
comissão]. Todas [as licitações]
tinham cartas marcadas", disse.
O procurador Luiz Francisco de
Souza será interpelado pela CPI
para esclarecer declarações nas
quais acusa a comissão de morosidade e de nada ter feito sobre os
"400 nomes de políticos" que ele
mesmo teria fornecido, pessoas
supostamente beneficiadas por
remessas ilegais.
(AM)
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