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São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2003

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CASO BANESTADO

Ex-primeira-dama autoriza CPI a obter dados de conta em Nova York

Nicéa depõe e acusa Pitta e Maluf

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ex-primeira-dama de São Paulo Nicéa Camargo autorizou ontem a CPI do Banestado a obter dados da movimentação de uma conta bancária no Commercial Bank de Nova York, cuja titularidade ela dividiria com seu ex-marido, Celso Pitta, prefeito da capital de 1997 a 2000.
Segundo Nicéa Camargo, que depôs à CPI, a conta seria usada para receber dinheiro público desviado da administração municipal de São Paulo nas gestões de Paulo Maluf (1993 e 1996) e de seu ex-marido. Nicéa, que estava com seu filho, Victor, disse que Maluf teria usado dinheiro público para comprar a participação de seu irmão Roberto Maluf na Eucatex, empresa da família. "Quando Pitta foi eleito, Maluf comprou do Roberto sua parte na Eucatex. Meu ex-marido foi a pessoa que mais colaborou para isso", disse.
Em 2000, Nicéa denunciou um suposto esquema -do qual saberia porque os protagonistas fariam reuniões em sua casa- de desvio de verba de obras públicas e pagamento de propina a políticos por empresas que prestavam serviços à prefeitura.
O caso é investigado pelo Ministério Público de São Paulo. Em 2001, a Folha revelou que as autoridades de Jersey, um paraíso fiscal no canal da Mancha, haviam bloqueado pelo menos US$ 200 milhões lá depositados em nome de Maluf e de seus familiares.
"Qualquer serviço prestado à prefeitura tem de pagar 3% [de comissão]. Todas [as licitações] tinham cartas marcadas", disse.
O procurador Luiz Francisco de Souza será interpelado pela CPI para esclarecer declarações nas quais acusa a comissão de morosidade e de nada ter feito sobre os "400 nomes de políticos" que ele mesmo teria fornecido, pessoas supostamente beneficiadas por remessas ilegais. (AM)


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