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OUTRO LADO
Condenados em 1ª instância já recorreram ao TJ
DA REPORTAGEM LOCAL
Todas as pessoas físicas e
jurídicas condenadas em
primeira instância nos processos que envolvem o ex-presidente da CDHU Goro
Hama apresentaram recurso
ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Por meio de sua assessoria,
Hama informou que não iria
dar entrevista, mas indicou o
advogado Iberê Bandeira de
Mello, 34, para falar em seu
nome.
Em relação ao processo em
que Goro Hama e sua mulher, Luiza Lente Bittencourt
Hama, foram condenados
por enriquecimento ilícito,
Bandeira de Mello disse que
a defesa dois dois baseou-se
no fato de o grupo Partisil
não ter recebido vantagem, à
medida que o contrato de
emergência firmado entre a
CDHU e a Transbraçal foi
rescindido.
O advogado negou que
Hama e sua mulher tenham
recebido o carro de presente
e disse que o ex-presidente
da CDHU afirma ter as provas de que comprou o próprio carro.
Partisil
O advogado Braz Martins
Neto, que representa o grupo Partisil, disse ontem que
já ingressou com apelação
da sentença de primeira instância e que o recurso já foi
recebido pela Justiça.
Segundo ele, há um "enorme equívoco" na sentença
porque "a operação efetivamente ocorreu". Ele diz que
o carro foi comprado com a
cota do consórcio de 1991 e
que "a cota foi quitada em
condições absolutamente
normais".
De acordo com o advogado, "a sentença deve ser reformada" porque a Partisil
não poderia ser parte no
processo. "A ação deveria ter
sido movida contra a empresa que vendeu o carro, que é
a Sopave [que pertence ao
mesmo grupo]."
Contratação
Sobre a contratação de seu
escritório pela CDHU, o advogado Iberê Bandeira de
Mello disse que apresentou
ao Tribunal de Justiça o contrato de honorários entre
Hama e o escritório Bandeira de Mello e Advogados Associados.
Segundo ele, o contrato
não foi apresentado na primeira instância porque não
houve determinação judicial
para que isso fosse feito e
porque os contratos entre
advogados e clientes são sigilosos.
Bandeira de Mello afirma
que o contrato previa o pagamento de R$ 50 mil para a
defesa de Hama em quatro
processos judiciais e diversos procedimentos no Tribunal de Contas do Estado
de São Paulo. Disse também
que o escritório recebeu apenas R$ 25 mil porque Hama
trocou sua defesa.
O advogado ressaltou que
Hama declarou ao fisco o valor pago ao escritório de advocacia.
Bandeira de Mello diz que
nem sequer houve prejuízo
financeiro para o Estado
porque os pagamentos da
CDHU para o escritório foram bloqueados. "Até agora,
trabalhamos de graça."
Na prática, porém, o escritório recebeu R$ 100 mil da
estatal e quem fez o depósito
judicial do valor foi Hama.
"Se houver condenação, o
que eu não acredito, vamos
devolver o dinheiro para
ele", disse.
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