São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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Em texto, PT e Bolsa pedem queda nos juros

FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A defesa da redução nas taxas de juros é um dos pontos principais de documento elaborado pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva com a participação de um grupo de 22 entidades liderado pela Bolsa de Valores de São Paulo, a ser lançado hoje.
"O nível atual e recente das taxas de juros ameaça a atividade produtiva e compromete a competitividade do mercado de capitais frente a outros investimentos", diz o texto, que será divulgado com a presença de representantes do PT e das entidades participantes na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Não se menciona especificamente o aumento na taxa de juros de 18% para 21%, nesta semana.
A própria Fiesp é uma das entidades que integraram as discussões que levaram ao documento, junto com outras como a Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais (Abamec) e Ibmec (Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais).
A iniciativa partiu de Lula, em agosto, durante visita à Bovespa. Ele sugeriu a formação de um grupo de trabalho conjunto. A base para discussão foi o Plano Diretor do Mercado de Capitais, redigido pelas entidades do setor e distribuído aos presidenciáveis.
O objetivo primordial da iniciativa é sugerir medidas para que o mercado de capitais seja um dos motores da retomada do crescimento econômico. Por trás do projeto, há o desejo do PT de neutralizar o que chama de "terrorismo econômico" que estaria sendo praticado por José Serra (PSDB).
"Lula dá mostras com esse documento de que tem maturidade para o diálogo e que não vai tomar nenhuma atitude impensada no comando da economia", diz João Vaccari, presidente do Sindicato dos Bancários de SP, um dos que integraram a discussão em nome do PT.
Lula não deverá comparecer pessoalmente, sendo representado pelo coordenador de seu programa de governo, Antônio Palocci Filho. Deverão ir ao lançamento do documento o presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva, da Abamec, Humberto Casagrande, e da Bolsa, Raymundo Magliano Filho, entre outros.
Entre as propostas apresentadas estão o estímulo à formação de fundos de pensão e a ampliação da capacidade de intervenção da Comissão de Valores Mobiliários, para reduzir a volatilidade do mercado.


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