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DISTRITO FEDERAL
Material continha ofensas ao candidato do PT e estava em dois veículos, com cópias de RGs e títulos de eleitor
11 são detidos com panfletos contra Magela
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Justiça Eleitoral apreendeu
ontem dois automóveis e deteve
11 pessoas pela distribuição de reproduções clandestinas de jornal
com material ofensivo ao candidato petista ao governo do Distrito Federal, Geraldo Magela.
Um carro estava estacionado
em frente a um comitê do governador Joaquim Roriz (PMDB),
candidato à reeleição, que disputa
o segundo turno com Magela. Os
dois automóveis tinham adesivos,
faixas e material de campanha do
peemedebista. A Polícia Federal
vai investigar se existe responsabilidade de Roriz no episódio.
No carro apreendido em frente
ao comitê de Roriz, a PF encontrou diversas folhas contendo cópias de carteiras de identidade, títulos de eleitor, endereço e telefone de eleitores. Segundo o advogado petista Bruno Ferreira, o
PMDB estaria coagindo pessoas a
votarem em Roriz, afirmando que
poderiam checar nas zonas eleitorais se o voto foi confirmado.
Uma das detidas é a sub-administradora da região do Varjão,
Zoê Gonzada. O cargo que ela
ocupa é de confiança, nomeado
pelo governo do Distrito Federal.
Para a polícia, ela disse que estava
só ao lado dos panfletos.
Foram encontrados sete recibos, um de R$ 303,33 e seis de R$
200, expedidos pelo "Comitê de
Lideranças do Núcleo Bandeirante Pró-[Tadeu] Filipelli [reeleito
deputado federal pelo PMDB"".
As reproduções foram impressas em formato tablóide e contêm
cópia de reportagem veiculada
pelo "Jornal de Brasília" no dia 14,
segundo a qual Fernando Rios,
ex-chefe de gabinete de Magela na
Câmara Legislativa, em 97, teria
recebido "milhares de dólares"
para regularizar um condomínio.
Segundo Paulo Pestana, 45, diretor de redação do jornal, houve
uma "apropriação indébita de logotipo, formatação e conteúdo".
Em editorial na primeira página
de ontem, o "Jornal de Brasília"
afirma que não autorizou a reprodução e que "repudia" a ação.
Também foram apreendidos
panfletos de propaganda do "cheque-família", um benefício social
prometido por Roriz no valor de
R$ 100. Os papéis possuem foto e
número do candidato e se assemelham a uma folha de cheque.
A distribuição de material ofensivo a outro candidato é crime
eleitoral. Se condenados, os militantes detidos podem receber pena de seis meses a dois anos de
prisão, mais multa. O juiz Donizete Aparecido da Silva, que assinou
o mandado de busca e apreensão,
afirmou que não analisou o material publicado pelo "Jornal de Brasília" na segunda, apenas os tablóides anexados pelo PT em representação contra Roriz.
O advogado do governador,
Adolfo da Costa, disse que designou uma pessoa para acompanhar a apreensão do material.
Segundo Costa, caso investigação da PF comprove a existência
de irregularidade, a defesa da coligação Frente Brasília Solidária,
que apóia Roriz, deverá afastar a
pessoa responsável, pois haveria
determinação do governador para que todos os militantes e cabos
eleitorais respeitem a legislação.
A assessora de imprensa do comitê de Magela, Juciara Santos,
36, foi ao comitê de Roriz pedir o
tablóide para distribuir, fingindo-se de militante do PMDB. Ao descobrir o carro com material no
porta-malas, avisou a Justiça Eleitoral. Durante o recolhimento do
Fiat Oggi, placas JFN-7419, militantes dos partidos discutiram.
Militantes petistas passaram o
dia na sede da PF avisando sobre
novos "focos" de distribuição do
material contra o candidato.
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