São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002

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Lula abrirá mão do salário do PT

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Nas próximas semanas, o PT terá de se defrontar com uma questão inesperada: o que fazer com o funcionário do partido Luiz Inácio Lula da Silva, recentemente eleito presidente da República?
Desde 1991, Lula recebe salário, com carteira assinada, do PT. É o resultado de um acordo feito quando expirou seu mandato de deputado federal (1987-1991): ele deixaria o Congresso Nacional para se dedicar em tempo integral ao partido e receberia o equivalente a seu salário de parlamentar. Hoje Lula recebe cerca de R$ 7.000 mensais do partido.
Como presidente da República, ele terá de deixar de receber o dinheiro do partido, segundo o secretário de Finanças, Delúbio Soares. "O presidente não pode ter outra fonte de rendimento que não a própria Presidência", diz.
O PT agora busca a melhor forma para resolver a situação jurídica de Lula. O petista poderá tirar uma licença do partido ou simplesmente abrir mão de seu salário. "Só espero que eu não tenha de demitir o Lula", brinca Soares.
O que já está certo é que Lula, assim como todos os petistas detentores de cargos eletivos, pagará o "dízimo" ao partido, entregando cerca de 30% do seu rendimento bruto para a legenda.
Lula também deverá manter sua aposentadoria por ter sido perseguido pelo regime militar, atualmente na casa dos R$ 3.000 mensais. O atual presidente, Fernando Henrique Cardoso, também recebe, além do salário normal, uma aposentadoria como professor da USP. (FÁBIO ZANINI)


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