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Diretor suspende homenagem a suspeito
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, endureceu o
discurso ontem contra os policiais suspeitos de crimes. Para dar
exemplo, suspendeu a homenagem ao delegado aposentado Luis
Carlos Zubcov. "Se há suspeita,
[Zubcov] já não se faz mais merecedor da homenagem", afirmou.
Lacerda compareceu ao evento
de comemoração dos 39 anos do
Departamento de Polícia Federal,
no Parque da Cidade, em Brasília.
Questionado por jornalistas sobre
o envolvimento de policiais na
Operação Anaconda, disse que é
preciso cautela sobre esse caso.
Ao todo, três federais -um
agente e dois delegados, sendo
um aposentado- estão presos
em São Paulo sob acusação de envolvimento com uma suposta
quadrilha especializada na venda
de decisões judiciais. Há, porém,
outros delegados, como Zubcov,
flagrados em escutas telefônicas
feitas com autorização da Justiça.
Segundo Lacerda, os três policiais presos -César Herman Rodrigues, José Augusto Bellini e
Jorge Luiz Bezerra da Silva- fazem parte dos quadros da PF há
muito tempo, o que permitiu
grande contato deles com outros
policiais. Daí a necessidade de
avaliar cuidadosamente até onde
ia a relação deles com colegas.
"Algumas vezes pode ser um relacionamento que não envolve
nenhum ato ilícito", assinalou.
Lacerda questionou o fato de algumas entidades de classe de policiais federais fazerem "proselitismo político". "Eles [os sindicalistas] têm um discurso velho, ultrapassado. O presidente da República [Luiz Inácio Lula da Silva] é
um líder sindical, ensinou todo
mundo como fazer direito, e esse
pessoal não aprendeu."
Como exemplo da oposição que
recebe da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Lacerda sugeriu que eles se preocupam mais com cargos. "Eu não tinha nenhum inimigo na polícia.
Bastou ser indicado para diretor-geral que criou-se isso tudo."
Sobre as críticas recebidas nas
operações Planador (RJ), Sucuri
(PR) e na própria Anaconda, relativas à prisão de policiais supostamente corruptos, ele afirmou que
os sindicalistas "se mostram contra todas as prisões de policial".
"Em relação a bandido não há como querer ser solidário", disse.
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